quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Apontamentos da Abertura Solene da Alma Mater Studiorum Conimbrigensis


A saída do préstito reitoral
Terminada a cerimónia de Abertura Solene, desfilam por ordem: os bedeis das Faculdades, em traje de cerimónia e respectivas maças alçadas; o Mestre de Cerimónias em Hábito estudantil fini-oitocentista, empunhando bastão de prata; o Magnífico Cancelário Reitor, ladeado, à direita pelo Director da Faculdade de Letras (Doutor Carlos André, de borla e capelo em azul escuro), e à esquerda pelo Director da Faculdade de Direito e Chanceler (Doutor José Faria e Costa, borla e capelo em vermelho); atrás do Reitor seguem os convidados e dignitários presentes.
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Folheando este álbum fotográfico que gentilmente nos envia o Dr. Rui Lopes, resta a sensação de que o cerimonial conimbricense - considerado um paradigma para muitas instituições, entre elas as brasileiras e a peninsular companheira Salamanca, que constantemente solicitam a Coimbra documentação e informações -, já viveu melhores dias e outro esplendor na longa prelatura do Magnífico Reitor Rui de Alarcão.
Se os tempos são de patrimonialização e de luta pela salvaguarda dos bens culturais e imateriais, o custo proibitivo das insígnias doutorais (ca. 2.500 euros), a banalização da confecção do Hábito Talar, a não abertura do protocolo a novos cargos/funções estatutariamente consagrados, como o de Vice Presidente dos Serviços de Acção Social ou o de Administrador, a estranha opção pelos "envergonhados" préstitos internos nos anos mais recentes, a não criação de novos trajes para funcionários, as inércias observadas em torno dos rituais de formatura de licenciados e mestres, o Hábito Talar que tarda em adequar-se à carreira docente que vai de assistente licenciado a doutor e catedrático, a não adopção de insígnias para licenciados e mestres, tudo isto contribui para a erosão lenta de um garbo que se vai perdendo. A moda dos préstitos à porta fechada (que no passado só uma teimosa e invencível chuva justificariam) parece constituir uma das faces mais palpáveis desse lento apagamento. De resto, sobram as imagens de uma Faculdade de Educação Física que ainda não deu a ser as suas insígnias castanhas e brancas e de uma cerimónia sem luvas de cerimónia.

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