quarta-feira, 21 de novembro de 2007


Cidade Universitária de Coimbra
Pensada por Duarte Pacheco e José Cottinelli Telmo, e continuada por Cristino da Silva, a inacabada Cidade Universitária de Coimbra configura um mau exemplo de imposição da vontade do Estado sobre um local profundamente marcado pela história e pela antropologia. Outro exemplo português digno de comparação é a antiga aldeia de Vilarinho das Furnas.
À semelhança das operações de arrasamento levadas a cabo por Mussolini em Roma, e por Ceausesco em Bucareste, o Estado Novo impôs a demolição da antiga Alta de Coimbra para ali concentrar uma impossível cidade universitária.
O projecto, eivado de ambições monumentalistas e comportando inequívoca linguagem totalitária, não quis compreender nem o sítio, nem as pessoas que ali habitavam. Nesta maquete pode inteligir-se o que se pretendia construir na Praça de D. Dinis, numa imitação de Piacentini e da Cidade Universitária de Roma.
O que impressiona na releitura das intervenções dos homens de saber que eram os lentes da casa - os quais foram dando opinião sobre o projecto -, é a incapacidade revelada em demonstrar que o paradigma da Acrópole como "Lusa Atenas" não era compaginável com a Roma imperial. Mas Duarte Pacheco era lá homem de escutar quem se lhe atravessava no caminho?
[imagem divulgada por Nuno Rosmainho Rolo na sua tese de doutoramento sobre a Cidade Universitária de Coimbra]

1 Comentários:

Blogger Pedro Santos disse...

Meus Caros,

Infelizmente não era só o Estado Novo que tinha concepções urbanisticas erradas e criminososas. O nosso mui democrático poder autárquico tem sido desde o 25 de Abril responsável pelos maiores desmandos e crimes urbanisticos. Sejá pelo anárquico e casuistico gerir do território seja pela destruição de património histórico.
Ou seja, destruição de património que nunca mais em toda a eternidade poderá vir a ser recuperado, nem que mais tarde estes autarcas decidam que o querem recuperar. Na senda destes autarcas, temos Carlos Encarnação e Mário Nunes a cometer o crime das demolições na Baixa de Coimbra. Ressalvo que nao tenho preconceitos partidários ou pessoais. Coimbra antes desta má gestão autarquica tinha outra má gestão autárquica o que aliás parece ser um Fado de Coimbra.

Meus, caros quem pretender dar a sua contribuição para que estes crimes não se propaguem, pode assinar o baixo-assinado on-line no seguinte endereço:

http://oprurb.org/aa.php?id=4&lg=pt

Saudações

Pedro Santos

25 de novembro de 2007 às 03:16  

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