sábado, 10 de novembro de 2007


Funerais de Estado do Presidente Sidónio Pais
No dia 21 de Dezembro de 1918 deslocaram-se a Lisboa e integraram o cortejo fúnebre do Presidente da República Sidónio Pais o Reitor Mendes dos Remédios, lentes de diversas Faculdades revestidos de Hábito Talar e Insígnias Doutorais, o Presidente da AAC (Guilherme Moreira «Filho») e estudantes em representação de todas as Faculdades e Escolas Normal Superior e de Farmácia.
Da Faculdade de Ciências, a cujo corpo docente pertenceraa Sidónio Pais, compareceram lentes com insígnias em branco e azul claro (antiga Faculdade de Matemática, agora secção autónoma da FC), e em azul celeste (nova cor institucional, implementada a partir de 1916), tudo levando a crer que lentes mais antigos, provenientes da extinta Faculdade de Philosophia Natural, ainda manteriam as insígnias em azul ferrete, cor agora institucionalizada pela Faculdade de Letras.
Outras instituições conimbricenses se fizeram representar nestes funerais, havendo notícia de delegações da Câmara Municipal e da Associação Comercial.
Em Lisboa, o docente Queirós Veloso e todos os membros do corpo docente da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa juntaram-se à deputação académica de Coimbra, com destaque para Fernando Emídio da Silva e Rocha Saraiva que se tinham doutorado em Coimbra no ano de 1911 e em 1915 haviam comprado em manufacturas de Coimbra insígnias doutorais.
Este atribulado cortejo fúnebre, marcado por tiros, agressões físicas e rasgões de capas e capelos na Rua Augusta, serviu para a Universidade de Coimbra se mostrar institucionalmente extra-muros após a Revolução de 1910, já com o Hábito Talar reformado.
Reportagem da "Ilustração Portuguesa", II Série, Nº 671, de 30 de Dezembro de 1918.

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