sábado, 25 de outubro de 2008


Formatura
Cerimónia de formatura numa universidade dos EUA em 1895. No meio do grupo masculino vislumbra-se uma graduanda em toga e barrete. Imagem em processo de afirmação nas universidades anglo-saxónicas e na advocacia europeia, eis um caminho não assumido pelos estabelecimentos de ensino superior da Europa Continental, ou porque não havia traje oficialmente definido para os alunos em determinadas instituições, ou porque o traje existente noutras era de tal modo masculinizado que não oferecia elasticidade suficente para acolher a solução unissexo.
Mas não se pense que Coimbra configurou um caso isolado de incapacidade de resposta simbólica à feminilização, com abertura restrita ao tailleur dos liceus em 1951 e apropriação do pequeno uniforme dos lentes à primeira docente doutorada intra-muros em 1956.
Os estudantes franceses, não raro apontados de modo pouco informado como archotes da era abolicionista, tinham regressado do 8º Centenário da Universidade de Bolonha (1888) com uma gorra renacentista, rapidamente naturalizada nas universidades com a nomenclatura de "la faluche". Em termos de ensino técnico, a Escola de Artes e Ofícios de Cluny só em 1964 abriu o seu "zagalon" de oficial da marinha às alunas. E a toda orgulhosa Polytéchnique de Paris, feminilizada em 1970, aguardou 1974 para vestir as suas alunas com o "grande uniforme" napoleónico. Noutro registo, considerando os contactos frequentes com o mundo universitário, o Institut de France também aguardou a década de 1970 para oficializar uma versão feminina do seu "habit vert".
(colecções iconográficas do Museo Internacional del Estudiante)

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