quarta-feira, 15 de abril de 2009

C
"Cap and gown"
Versão feminina de catálogo norteamericano para o período 1890-1910. As universidades anglo-saxónicas e norteamericanas converteram o traje académico em modelo unissexo a partir das cerimónias de formatura das primeiras alunas matriculadas. A situação está fotograficamente documentada para as universidades da Inglaterra e Escócia desde a década de 1870 e para as norte-americanas pelo menos desde a década de 1890.
Situação semelhante seria vivida em universos contíguos onde existiam hábitos talares. Assim aconteceu na maioria dos países do ocidente com os trajes judiciários à medida que as mulheres foram ingressando na advocacia e nas magistraturas. E deveria ter sido também o caminho seguido pela Universidade de Coimbra caso tivesse conservado o antigo hábito talar de corpos sobrepostos, que era da mesma família da beca judiciária e do "convocation dress" de Oxford. Acontece que quando a Universidade de Coimbra começou a ser confrontada com a feminilização tinha optado pela casaca burguesa.
Está bem de ver que tal vestimenta (pese embora o prestígio assinalado nas academias científicas, figuras romanescas [Drácula, Fantasma da Ópera], prestidigitadores, dançarinos do Moulin Rouge e da Broadway, noivos burgueses e músicos clássicos), não possuía nem a riqueza estética nem a elasticidade das vestes talares.
No fim de contas, o conjunto vestimentário casaca/capa, nem conseguiu responder aos desafios da feminilização, nem reuniu condições para emparceirar com a riqueza etnográfica de trajes populares portugueses como o gabão rico da Beira Litoral, o capote alentejano, a capa de honras de Miranda do Douro ou o capote e capelo dos Açores.

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