sábado, 8 de agosto de 2009

"Étudiant de Coimbre", coloração a partir de uma zincogravura de Ferdinand, reportável a finais da década de 1840, primeiros anos da década de 1850. Confirmando as fontes escritas da época, o uniforme do corpo discente vive um período crispado de transgressões e indisciplina, agravadas por reclamações que vão do abolicionismo ao aburguesamento laicista e à sedução pelas fardas militares. O mantéu apresenta ainda algumas das características clássicas, como o corte evasé, as bandas dianteiras ou estolas, o cabeção dorsal e o cordão. A batina é efectivamente a batineta romana de um corpo, a meio caminho entre a antiga loba de dois corpos sobrepostos e a casaca burguesa masculina de abas de grilo. A bainha tende a subir da meia perna para o joelho, dando a ver os cós inferiores dos calções, exibicionismo que as autoridades da época consideravam falta de decoro. Os sapatos, sendo pretos e de couro, deixaram a fivela de prata para os dias de gala, exibindo fitas pretas de seda sobre o peito do pé. Quanto ao cabeção e volta branca, não é garantido que todos os alunos cumprissem os estatutos, sabido o quanto os plastrons e os coletes tinham passado a seduzir crescentes camadas de estudantes. O gorro tubular, com a sua virola em trono do crânio, continuava em uso pelos docentes e estudantes, causando a admiração dos viajantes.

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