sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010


Bolonha, IX Centenário, 1988: o Rettore Magnifico recebe o Papa João Paulo II e o Cardeal Biffi. A cadeira do governo é protocolarmente cedida ao Papa.
Em termos de cerimonial académico, a recepção de um papa constitui um momento particularmente difícil. No que toca às universidades históricas, não restam dúvidas que os reitores em exercício devem convidá-los a ocupar a presidência, em atenção ao facto de os antigos graus de Teologia e Direito Canónico serem atribuídos pelos cancelários como comissários papais. Bem mais difícil é decidir a contento o que entregar a um papa caso este seja laureado honoris causa. A Universidade de Coimbra viveu esta situação em Maio de 1982, quando foi visitada pelo Papa João Paulo II, a quem atribuiu o grau de doutor por todas as Faculdades então existentes. O Reitor de então, Prof. Doutor Ferrer Correia, entendeu que atendendo à história da instituição, o Cancelário-Reitor não deveria impor insígnias a um papa. Mas entendeu mal, tendo a Casa Reitoral oferecido à comunicação social mundial um dos momentos menos conseguidos do seu cerimonial. Nem a UC recebeu o Papa conforme as disposições estatutárias, ou seja, in forma prestiti e com pálio de varas (protocolo oblige), nem houve confecção de borla com mistura de cores, nem anel, nem imposição. O que se viu foi a entrega de um canudo, pelo que em bom rigor não houve colação mas sim proclamação.

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