quinta-feira, 18 de março de 2010


Anel feminino de formatura
Em Portugal, os chamados aneis de curso que proliferaram desde a década de 1980 em quase todos os estabelecimentos de ensino entroncam na replicação da tradição conimbricense que por seu turno não é anterior à década de 1950.
Esses aneis, como é sabido, não estão em conformidade com as disposições estatutárias nem com a heraldística académica. Em primeiro lugar porque, segundo os estatutos e as tradições mais ascentrais, quem pode usar anel de ouro com gema na cor da especialidade científica são os detentores do grau de doutor e não os licenciados nem os bachareis. Em segundo lugar porque a maior parte dos distintivos figurados são puras invenções kitsch sem suporte algum na cultura greco-latina que estriba as alegorias das escolas maiores e respectivos atributos.
O anel conimbricense de pedra (hoje em dia fabricado pelos ourives de Gondomar) é muito tardio. Na verdade, generaliza-se na sequência da moda dos aneis de curso que desde ca. 1920 se tinham popularizado nas universidades da Austrália, Canadá e EUA.
Atendendo a que foi criada a marca Universidade de Coimbra, seria pertinente elaborar um manual actualizado das alegorias de cada faculdade, selos oficiais e distintivos de cursos, de modo a que a UC pudesse tirar proveito económico do património que tem o seu nome e que outros exploram livremente. O que fazer a mais de meio século de aneis de curso de manufactura e uso espontâneo? Adequá-los às normas heráldicas e integrá-los na revitalização dos actos de formatura, dando sinal institucional de apreço pelo património simbólico.

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