sábado, 24 de julho de 2010


Cerimónia de abertura do ano na Escola de Guerra
Por todo o Ocidente e nos domínios coloniais, eram comuns nesta época as cerimónias de abertura solene das universidades, escolas politécnicas, liceus, escolas militares, parlamentos e tribunais. Nos países católicos e anglicanos era costume a cerimónia parlamentar, universitária ou judiciária ser antecedida por uma cerimónia religiosa. Em França, a solenidade de abertura dos tribunais públicos passava obrigatoriamente pela Messe Rouge, isto é, missa católica dos magistrados com toga de grande gala vermelha. Em Portugal, a abertura anual da Universidade de Coimbra e do Parlamento incluíam prévia Missa do Divino Espírito Santo, a primeira na Real Capela de São Miguel do Paço das Escolas, a segunda na Sé catedral de Lisboa.
O regime republicano respeitou o costume das aberturas solenes. Estas faziam-se e continuaram a realizar-se na Escola do Exército com presença dos membros do governo. As universidades de Lisboa e do Porto começaram logo em 1911 a fazer as suas cerimónias inaugurais de ano lectivo. Coimbra demorou e hesitou, primeiro com uma retoma tímida em 1912 e a partir de 1918 com regularidade anual. A Academia das Ciências também recorreu a este tipo de cerimónias, convidando o Chefe de Estado e membros do governo.
A cerimónia relatada na reportagem teve lugar em 3 de Dezembro de 1911, sendo director o General Morais Sarmento. De anotar o cenário a disposição da mesa de honra e a esfinge da República. Os momentos mais importantes do programa académico-militar foram:
-recepção aos convidados à porta do edifício;
-constituição da mesa de honra com o Chefe de Estado Manuel de Arriaga, o Ministro da Guerra e o Director da Escola (O PR, sentado no meio, preside ao acto; o Ministro da tutela toma a direita; o Director do estabelecimento sentado à esquerda);
-oração de sapiência proferida por Mendes Leal;
-distribuição de diplomas de mérito aos alunos distintos;
-visita do Chefe de Estado às instalações, com guarda de honra pelos alunos;
-discurso de boas vindas do Director e do corpo docente aos novos alunos no salão nobre;
-parada dos alunos com armas ao som de banda instrumental.
Fonte: I. P., n.º 303, de 11 de Novembro de 1911

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