sexta-feira, 3 de setembro de 2010


Mary Waker (1832-1919), natural de Nova York, foi a segunda mulher norte-americana a obter um diploma de estudos superiores. Formada em Medicina, casou em 1856 tendo recusar proferir o formulário tradicional que postulava a subordinação da esposa ao marido. Divorciada no início da década de 1860, participou como cirurgiã nos hospitais militares durante a Guerra Civil.
O Estado atribuiu-lhe uma medalha, que se seria injustamente retirada por alturas da Grande Guerra. Nesta expressiva fotografia da década de 1860 apresenta-se com a vanguardista toilette concebida pela sua concidadã Amélia Bloomer: casaquinha despojada de ornatos, saia de bainha alta e calça comprida. A Dra. Waker adorava usar indumentária masculina, e por conta da exibição pública de calças compridas, casacas e cartolas esteve várias vezes presa, sobretudo na década de 1870. Waker é considerada uma das pioneiras da luta pela consagração da igualdade de direitos de género nos EUA.
É deveras interessante frisar que a toilette Bloomer vinha da década de 1840, tendo provocado as atenções dos periódicos ilustrados e atitudes de repulsa junto da cultura burguesa conservadora. O aspecto prático e funcional da toilette Bloomer leva-nos a questionar até que ponto foi este traje conhecido dos emigrantes açorianos que demandavam as costas dos EUA. Consta da tradição oral da Freguesia de São João Baptista, da Ilha do Pico, Açores, que na construção da igreja paroquial participaram mulheres voluntárias no carrego de entulho, pedra, água e alimentos, durante a fase de levantamento das fachadas e pilares. Consta também do relato que essas mulheres traziam as saias arregaçadas e por debaixo calças compridas masculinas, o que lhes permitia subir escadas e trabalhar sobre os andaimes, pormenor a não perder de vista, pois não teriam usado calças compridas no tempo dos calções.

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