domingo, 22 de maio de 2011



Vinhetas de tipo selo postal ilustrado que se desenharam, imprimiram e venderam como produtos de merchandising nas festividades promovidas pelos estudantes da Universidade de Coimbra em 1899 com a designação de Centenário da Sebenta. Até prova em contrário, deviram desta iniciativa as vinhetas coloridas que reproduzem anualmente os cartazes da Queima das Fitas e se costumam colar no interior das pastas académicas.

Os membros da Comissão do Centenário da Sebenta conceberam um programa recheado de momentos imaginativos, alguns dos quais perduraram integrados nas festividades da Queima das Fitas. Contrariamente ao mito circulante, que resulta apenas da falta de investigação, a Queima das Fitas de Coimbra não tem origem no Centenário da Sebenta nem é possível datá-la com o mínimo de rigor. Foi sendo construída a partir de uma estrutura festiva arcaica cujos esteios são os mesmos dos charivaris populares realizados na Europa desde a Idade Média. O próprio cortejo alegórico das Faculdades, à base de viaturas engalanadas de flores nas cores das especialidades científicas, é anterior ao Centenário da Sebenta e toma como referente matricial os cortejos alegóricos carnavalescos das batalhas das flores: viaturas ornamentadas, figurantes fantasiados, lançamento de bolinhas de cera recheadas de cheiros e serinhas de jactos, confetis e serpentinas, que se usavam para simular batalhas e lançar sobre a multidão. A confecção artesanal e arremesso de limas de cera recheadas de líquidos era um divertimento nobiliárquico que foi apropriado pelas classes populares, havendo resquícios deste costume nos carnavais realizados na cidade de Ponta Delgada.

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