sábado, 8 de outubro de 2011

A obra Egrégia Corte. Manual do cerimonial no Poder Judiciário. 1.ª edição. Maceió: Editora Catavento, 2009, é o resultado do trabalho desenvolvido por Katia Oliveira Bonifácio Albuquerque como  Chefe de Assessoria do Cerimonial do Tribunal de Justiça de Alagoas (http://www.katiaalbuquerque.com/site?p=416). Exemplo das práticas e dificuldades sentidas pelos técnicos da área do cerimonial judiciário, esta publicação ilustra bem as tendências mais recentes sentidas pelos profissionais que actuam diariamente junto dos gabinetes dos presidentes. Com efeito, a última década ficou marcada por 10 encontros dedicados aos problemas vivenciados pelos cerimonialistas no que respeita à articulação com o Executivo, o Legislativo, instituições não governamentais e o crescente reposicionamento da imagem do Judiciário no triângulo dos poderes de Estado consagrados na Constituição. Como fazer bem, onde encontrar pessoais fiáveis junto de quem pedir orientações e aconselhamento, que eventos solenizar, que actos gerir administrativamente, como resolver problemas novos e conflitos de precedências, como afirmar e valorizar a instituição através de eficazes ferramentas de gestão, eis algumas das angústias sucessivamente colocadas ao longo dos vários encontros. Uma estratégia de gestão de eventos, passível de oferta, leitura crítica, reformulação de contéudos, intercâmbio com outros cerimonialistas e estudiosos, é a produção de um manual impresso ou em versão electrónica. Os manuais nascem marcados pelo sinete da conjuntura sócio-cultural e política e pela visão do mundo do autor, bem o sabemos. Costuma dizer-se que manuais e gramáticas são para não se respeitar ao pé da letra. Um manual de cerimonial não tem a mesma rigidez que assiste aos manuais de produtos informáticos, inventariação museológica, catalogação biblioteconómica ou protocolos de segurança relativos à manipulação de produtos tóxicos e de explosivos. O melhor manual é aquele que se vai reescrevendo, isto é, ajustando o melhor possível a cada situação concreta, com resultados positivos recolhidos através de questionários de satisfação. Na Europa publicam-se manuais de civilidade, bons costumes e cerimonial desde pelo menos o século XVI. Foram utilizados inicialmente na formação de cortesãos, mas rapidamente apropriados pelos colégios religiosos fizeram futuro entre as famílias burguesas que se afirmaram social e economicamente no século XIX. Os normativos de cerimonial, em latim ou nas línguas nacionais, ficaram associados às práticas religiosas, militares, diplomáticas e ao estilo de vida das famílias reais.
Após a primeira grande crise da civilização burguesa, sob o signo dos movimentos contestatários e contraculturais da década de 1960, os manuais voltam à ribalta. Ao contrário dos normativos do passado, os novos manuais assumem-se como ferramentas de gestão integrada da imagem e identidade corporativa dos organismos produtores. Juntam-se no mesmo manual matérias que antes estavam separadas, como o cerimonial que regula dos actos solenes, o protocolo que regula variados eventos, regras de etiqueta, assuntos específicos do cerimonial real, militar, religioso, universitário, republicano, remissão para leis e decretos que num determinado país enquadram o cerimonial público, recomendações (dicas úteis ao dia a dia do profissional) e modelos de formulários prontos a preencher. Certos manuais integram complementarmente fotografias de vestes profissionais, insígnias, glossário de conceitos e bibliografia especializada.
Uma entre as primeiras obras da especialidade publicadas no Brasil, o livro de Katia Albuquerque vem prefaciado por um dos patriarcas do cerimonial, Prof. Marcílio Lins Reinaux. Tem tudo para fazer sucesso este livro de 324 páginas, escrito em linguagem muito acessível, pleno de instrumentos de trabalho facilmente adaptáveis à realidade diária de outros cerimonialistas.
Sumário:
Capítulo I: histórico da instituição
Capítulo II: cerimonial e protocolo
Capítulo III: planejamento/planificação de eventos
Capítulo IV: bandeiras e símbolos
Capítulo V: etiqueta
Capítulo VI: mestre de cerimónias
Capítulo VII: precedências
Capítulo VIII: roteiros/guiões de eventos
Capítulo IX: scripts/guiões escritos para condução de actos
Capítulo X: correspondência e formulários
Capítulo XI: convites e impressos
Capítulo XII: modelos de diplomas
Capítulo XIII: visitas estrangeiras
Capítulo XIV: discursos
Capítulo XV: iconografia

1 Comentários:

Blogger ESTUDANDO DIREITO disse...

Prof. Antonio Nunes,

Estou prestes a publicar nova obra. Esta dedicada a comportamento profissional.
Aguardo novas notíicias.
Abraços,

KATIA

26 de fevereiro de 2013 às 05:17  

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