quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Imagem 2: D. Carlos e D. Amélia na saída das exéquias realizadas por alma do rei D. Luís I em 19.10.1903. Imagem do catafalco armado no interior do templo (parece estar em cima do ataúde um capecete militar e não a coroa real). O corpo de archeiros da casa real faz escolta de honra e avança com as alabardas derreadas e as cabeças descobertas em sinal de luto. A rainha veste de luto pesado.
No período da monarquia, as cerimónias fúnebres (funerais de estado, exéquias solenes) integravam o calendário anual do cerimonial público. Os actos realizados no interior dos templos e os cortejos na via pública mantinham ainda traços de dramatização herdados dos séculos XVI-XVII e dos anos áureos de encenação da morte barroca. Por outro lado, não havia uma separação clara entre o cerimonial religioso católico, fortemente conotado com a organização tridentina da Igreja Católica Romana, e o cerimonial monárquico que embora mantendo heranças do período do absolutismo viera progressivamente a aburguesar-se no curso de oitocentos.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 1, de 9.11.1903

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial