domingo, 4 de março de 2012

Demonstração de ginástica escolar feminina para jornalistas e encarregados de educação, Colégio de Nossa Senhora das Dores, Lisboa, 1904. Em cima: as educandas com farda desportiva, dispostas em colunas ordenadas, executam exercícios simultaneos; em baixo: o professor de ginástica, Luís Monteiro coordena uma demonstração de exercícios. Neste estabelecimento de ensino particular instaldo no palácio Visconde dos Olivais, à rua de Buenos Aires, Lisboa, a ginástica fazia parte do currículo formativa das alunas. O objetivo era a formação integral da "mulher moderna", em obediência às doutrinas do asseio, higiene pessoal e social, domínio do corpo biológico. A ginástica estava intimamente ligada aos valores morais partilhados no ocidente pelos educadores religiosos, monárquicos, republicanos e laicistas. A educação integral desenvolveria a generosidade, a firmeza de caráter, o amor à liberdade, a capacidade para temperar os ímpetos e contribuiria para a higienização da "raça". Ou seja, o desporto consolidaria nos aprendizes as virtudes familiares e sociais. Os pedadgogos portugueses mostram-se bem informados sobre a ginástica sueca e germânica, a ginástica militar, as práticas desportivas consagradas nas universidades norteamericanas. Concomitantemente assiste-se a uma defesa da generalização da atividade desportiva nos estabelecimentos de ensino e nos estabelecimentos de reclusão de maiores e menores.
Fonte: O Occidente n.º 909, de 30.3.1904

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