Virtual Memories

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Distintivos criados/inventados em 1925 pela casa comercial parisiense Mourgeon para uso nas gorras dos estudantes universitários. Medalha metálica circular, sem listel, com fundo na cor da especialidade científica. Ao centro, com figuração minimalista, os elementos constituintes.

Medalha/crachá vermelho com cranio: Medicina. Em Portugal e Espanha a cor desta especialidade é o amarelo. Nas universidades dos USA e de outros países está erradamente divulgado o caduceu de Mercúrio, erro que confunde os atributos de Economia/Gestão/Comércio com os de Medicina (o bastão de Esculápio).
Medalha/crachá verde com palmeira e serpente: Farmácia. Figuração semelhante foi seguida nas universidades do Porto e de Coimbra. No caso de Coimbra, a palmeira não é elemento constitutivo (embora se use), mas sim a taça de Hygieia. A palmeira é distintivo dos estabelecimentos farmacêuticos, donde foi desinformadamente apropriado, mas não das faculdades de farmácia. Em Espanha e Portugal a cor desta especialidade é o roxo forte/púrpura.
Medalha vermelha com balança e espada: Direito. Figuração correta, comum a Portugal e a outros países.
Medalha/crachá róseo com córnua e bola (??): Ciências Naturais, sendo mais comum a grinalda de louros e carvalhos.


Estudante de Bordéus, ca. 1900, com bengala e a gorra (faluche) trazida dos festejos comemorativos da Universidade de Bolonha (Bolonha, 1888).
A gorra, de tecido preto, apresenta um distintivo, não se consegue perceber bem se bordado, se metálico. Não está ainda suficientemente estudado no presente o fenómeno ocidental que alimentou o gosto estudantil pelos emblemas, distintivos e crachás desde finais do século XIX.

Onde: trata-se de um movimento de radicação internacional que abrange os estudantes das américas (norte, central, sul), de Portugal, de Itália, da Bélgica, de França.
Quem usa: estudantes de todos os graus de ensino, de instituições públicas e privadas, mas com maior incidência nos níveis médio/secundário e superior.
Em que peças de indumentária: os distintivos são usados em boinas e gorras (Itália, Bélgica, França), capas (tunas de Espanha, Portugal, goliardias italianas), diversos tipos de casacos e em equipamentos desportivos corporativos, mochilas, etc.
Quem controla a produção e os lucros: a economia de produção e distribuição dos distintivos não é geralmente controlada pelas instituições académicas. Os lucros revertem no essencial, em todos os países onde este negócio está implantado, para estabelecimentos de venda de vestuário, uniformes e trofeús. Exceções conhecidas: associações de estudantes que autorizam a exploração de uma logo-marca em cadernos, lápis, mochilas; mochilas, blusões, camisolas, T-shirts, chinelos de quarto, bonés, cujo fabrico é controlado pelas universidades dos USA.
Que tipos de distintivos são produzidos: anéis com e sem gema, emblemas de pano estampados e bordados, alfinetes de lapela e gravata, botões de punho, crachás, pin's, porta-chaves, entre outros.
Que materiais e técnicas são empregues: bordado à máquina, estampagem, fundição em molde, esmaltado [sobre tecidos, prata, cobre, prata dourada].
Quem cria/inventa os distintivos: a) criados pelas próprias casas comerciais, caso da afamada Casa Mourgeon, de Paris, que a partir de 1925 inventou diversos emblemas para gorras académicas; b) inventados ad hoc por grupos de estudantes, tunas, comissões de cursos, dirigentes de associações de estudantes, sem discussão nem aprovação oficial pelos órgãos de governo dos estabelecimentos de ensino; c) símbolos/distintivos/cores propostas por comissões de docentes, discutidas e aprovadas oficialmente pelos órgãos académicos legitimados para tal nos estatutos/regulamentos; d) antigos símbolos, que já se encontravam em uso em universidades e escolas superiores de fundação anterior ao século XX.
Fiabilidade dos distintivos académicos: ressalvando os distintivos clássicos que simbolizam os ramos dos saberes, na maior parte das situações conhecidas os distintivos em circulação não respeitam os critérios de conceção e design a que deverão obedecer, em concreto normas heraldísticas e referenciais greco-romanos (mitologia). Daí que, por exemplo, no caso dos estudantes franceses, tenhamos inventonas do tipo: sapinho (estudante eleito para órgão académico); porco (estudante que frequentou ou ministrou praxes), cabeça de vaca (anos chumbados), camelo com patas no ar (estudante comprometido amorosamente), garrafinha (estudante beberrão), flor de lis (estudante monárquico). Os estudantes adoram estas invenções, não raro naifs, como acontecia com a clássica tatuagem dos soldados da guerra colonial: um coração tosco atravessado por uma seta e por junto a frase "Amor de mãe". Donde a dúvida: estamos perante distintivos académicos ou estamos perante distintivos de uso comum a diversos grupos/entidades que também são partilhados por estudantes?
Para os cépticos e para os que acham que o estudo dos distintivos académicos é coisa de somenos, cite-se Guy Daniel que defendeu na Universidade de L'Ille, en 1990, uma tese de doutoramento intitulada "La faluche, histoire, décryptage et analyse...".

terça-feira, 31 de julho de 2012

Comemorações dos 300 anos da justiça em Alagoas (2012)

1: vídeo da cerimónia inaugural, Tribunal deJustiça de Alagoas, Maceió, 7.5.2012
Celebrações dos 300 anos da implantação da administração da justiça pública em Alagoas e dos 120 anos da instalação do tribunal de apelação

2: Comemorações do Tricentenário da Justiça [Pública] em Alagoas, 1712-2012

Em maio de 2012 a dinâmica e competente cerimonialista Katia Albuquerque teve a gentileza de me enviar notícia das comemorações dos 300 anos de justiça pública, programa concebido por uma comissão em funcionamento junto do Tribunal de Justiça de Alagoas [Maceió], consultável no link

http://www.tjal.jus.br/300anosJudiciario/.

Tive na altura oportunidade de felicitar Katia Albuquerque pela comunicação de um programa tão vasto, diversificado, vocacionado para distintos perfis de públicos e tendo em vista a prestação do serviço público à comunidade envolvente. Relendo agora o programa e visualizando alguns vídeos alusivos no youtube, mais consolido a ideia de um projeto culturalmente denso e vocacionado para o pleno sucesso.

Programa oficial
07 de maio
Solenidade de aposição da placa comemorativa
Solenidade de abertura das comemorações e lançamento do selo
Apresentação cultural
18 de maio
Outorga da Comenda Desembargador Moura Castro à ministra Eliana Calmon
20 de junho
Aposição da placa comemorativa aos 120 anos
Inauguração da Galeria de Presidentes
Exposição fotográfica de documentos do século XIX
10 de agosto
Espetáculo artístico em comemoração aos 300 anos da Justiça em Alagoas
03 de setembro Solenidade de premiação do concurso literário e fotográfico
Exposição das fotos vencedoras do concurso
13 de outubro
Corrida dos 300 anos
05 de novembro
Lançamento do livro-álbum

domingo, 29 de julho de 2012

As virtudes cardiais da fachada do Mosteiro de Alcobaça (séc. XVIII)

Alegoria da Fortaleza

Alegoria da Prudência

Aegoria da Justiça com espada, balança e venda

Alegoria da Temperança

Conjunto de quatro estátuas femininas de vulto, fachada da igreja de Santa Maria de Alcobaça, século XVIII, representando as Virtudes Cardiais e respetivos atributos (Justiça, Temperânça, Fortaleza, Prudência) em conformidade com a sistematização de Tomás de Aquino.