Virtual Memories

sábado, 20 de julho de 2013

Traje de sotaina e traje de batina romana

1-Jovem clérigo espanhol (?), ou latino-americano (?) com batina romana e mantéu, vendo-se o saturno no assento da cadeira.

2-Clérigo espanhol (?), ou latino-americano (?) do século XIX com hábito talar de sotaina, mantéu e solidéu com pompom. Usa grande mantéu de inverno, com colarinho alto e amplo panejamento próprio para traçar/terciar.

3-Hábito talar composto por sotaina/sotana tradicional e mantéu/manteo de colarinho alto. Este hábito é morfologicamente distinto do hábito clerical romano que se generalizou no século XIX entre os eclesiásticos de quase todos os países católicos e que teve por base a batina de coro. A peça de baixo não é uma batina talar romana mas sim uma antiga sotaina que só tem carcela até meio do peito (14 botõezinhos forrados) e não comporta saio de machos nas costas. Vestia-se e despia-se pela cabeça, diferentemente da batina romana que é toda aberta na parte da frente (carcela vertical, do pescoço aos pés). Como a fotografia bem evidencia, é uma veste larga, em forma de túnica trapezoidal. Podia ser apertada na cintura com um cinto de pano ou com duas presilhas de pano que eram atadas atrás das costas. As mangas são tubulares, a afunilar na direção dos punhos, sem ornatos, tendo algumas uma carcela metida entre o punho e o cotovelo. Nos seminários espanhóis, na Universidade de Coimbra e nalgumas congregações a sotaina era completada com uma sobreveste chamada manto ou chamarra, que podia ser integralmente fechada e não tinha mangas, ou ser aberta e comportar compridas mangas falsas. As duas vestes usadas em conjunto tinham o nome de loba. Esta ancestral sotaina pode considerar-se uma veste desaparecida e não musealizada, vazio que tem alimentado a circulação dos maiores disparates em respeitáveis dicionários e enciclopédias.
O abafo é o mantéu/manteo seiscentista, que neste caso ainda mantém o colarinho alto e não apresenta cordão de borlas.
Fonte: fotografias publicadas originalmente apud Ceremonia y Rubrica en la Eglesia Española, http://liturgia.mforos.com71699103/8041955-el-manteo/?page=2

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Comparsas de "estudantes"

Desfile público da "Comparsa [de] Estudiantes" de ASPE/Espanha em 2009
As comparsas de estudantes são grupos masculinos, femininos ou mistos de elementos civis que se apresentam com música, coreografias e trajes de fantasia em festividades carnavalescas. Com atividade documentada desde pelo menos finais da 1.ª metade do século XIX, as mais antigas em atividade remontam à década de 1920. Do ponto de vista da indumentária e dos símbolos, as comparsas espanholas convocam a herança das estudantinas do século XIX, com trajes de fantasia, colherões ao ombro, lápis e canetas de aparo. Em termos coreográficos e musicais, exibem marchas e passodobles que fazem lembrar as marchas e bailinhos portugueses exibidos entre o carnaval e os santos populares.
Mais dados: Comparsas de Estutiantes de España, http://www.facebook.com/pages/Comparsas-de-Estudiantes-de-Espa%C3%B1a/106034319460003