sexta-feira, 23 de agosto de 2019



Fotografias de estudantes de Coimbra de 1868-1869

Fotografias de tipo carte-visite de dois estudantes de Coimbra, que à época se costumavam tirar em casas fotográficas de Coimbra, Lisboa e Porto para oferecer com dedicatórias autógrafas a condiscípulos, amigos, familiares e noivas. Eram realizadas em estúdio, com os estudantes frequentemente trajados com a veste talar corporativa (capa e batina), com os figurantes sentados ou em pé, quase sempre em pose frontal e em meio busto. As imagens de corpo inteiro, com os estudantes sentados ou em pé são bastante raras.
Fotografias que pertenceram ao antigo estudante da UC José Paiva Manso Sárrea de Carvalho, cedidas para reprodução à TAUC pelo seu bisneto Jorge Paiva Manso, disponibilizadas em 
https://tunauc.wordpress.com/2019/08/14/digitalizando-fotografias-de-estudantes-da-uc/

Doc. 1: retrato de vulto inteiro do estudante do Lyceu de Coimbra José Simões Baião, com datação manuscrita de Coimbra, 20.01.1868, cujo nome consta dos alunos matriculados na FD/UC no ano letivo de 1871. Veste calças compridas pretas de alçapão, capa talar de amplo panejamento, de tipo mantéu ibérico de inverno, embainhada em baixo e com alamares no colarinho; batina talar de dupla carcela, quase descendo à meia perna, cintada, com possível feitio de sobrecasaca/redingote nas costas; colete; camisa branca; plastron; o gorro académico não está visível.
Este era à data o hábito de porte comum para a frequência de matrículas, aulas, práticas laboratoriais (não se usavam batas) e atos comuns de avaliação oral. Para os atos de formatura (colação do grau de bacharel), licenciatura e doutoramento era necessário hábito de cerimónia, mantendo os membros do corpo docente as vestes confecionadas em seda preta.
Doc. 2: retrato de vulto inteiro do estudante Manuel Martins Guimarães, feito na Photographia Ferreira, cidade do Porto, com datação caligráfica de 1869. Indumentária semelhante à da fotografia precedente, mas ostentando a batina golas de tipo gabardina em torno do colarinho. Este tipo de remate aparece em retratos a óleo e fotografias de entre finais do século XVIII e primeira metade do século XIX em eclesiásticos italianos e britânicos que se faziam retratar com batinas deste modelo.




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