quarta-feira, 29 de julho de 2009


Tuna madrilena
Entre o ocaso do século XIX e os inícios do século XX foi frequente as tunas espanholas visitarem as cidades portuguesas. O inverso também acontecia, com as tunas estudantis portuguesas a fazerem incursões pelas cidades espanholas. Invariavelmente tinham lugar as ruidosas arruadas ou paradas festivas pelas principais ruas dos povoados visitados, com marchas e passe-calles, vivas, palmas, flores lançadas das janelas, foguetório, acenos de lenços, piropos às mulheres e cantorias.
A TAUC manteve este costume das arruadas até à década de 1920. Por algumas horas quebrava-se a monotonia e as ruas e praças entravam em ebulição festiva. Estava-se na Belle Époque, período carregado de optimismo que a Grande Guerra se encarregaria de entristecer. Muitas décadas mais tarde, preocupada com a desertificação dos centros históricos e a degradação do património imaterial, a Unesco encarregar-se-ia de lutar pela revivescência de práticas culturais de animação de rua que os saltimbancos, os teatrinhos de marionetas e as tunas de há muito conheciam.
Imagem: a tuna académica de Madrid na sua visita a Lisboa, ca. 1900, cliché do acervo do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa

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