sábado, 24 de agosto de 2019


Gafezinhas protocolares, pois sim senhor!

Aproveitamos para sinalizar algumas gafes protocolares associadas ao protocolo académico, tendo em conta a visualização de filmes e fotografias circulantes na internet. O porte da indumentária académica, seja a clássica, sejam os novos trajes aprovados por comissões de estudantes a partir de 1990, segue disposições protocolares de há muito consagradas em cerimónias religiosas, militares e universitárias. Mesmo quando se trata de um traje de origem e /ou inspiração etnográfica, é importante saber que os camponeses usavam os chamados trajes de festa / domingueiros segundo determinadas regras no que respeita a cumprimentar, saudar, entrar e estar em templos, palácios e tribunais. É da mais elementar sabedoria popular o conhecimento de regras básicas relativas ao porte de gabões, capas, capotes e chapéus. Sendo certo que as regras de protocolo e civilidade são evolutivas, não é propriamente simpático visualizar imagens de cerimónias nas quais representantes de órgãos como associações de estudantes desfilam e usam da palavra sem conhecer os básicos do protocolo associado ao uso de capas, capotes e coberturas de cabeça. Como compreender o excesso de regulamentadorismo e proibicionismo nos chamados códigos de praxe proliferantes e os chutos para canto em meia dúzia de regras protocolares que são do senso comum? A compra de um bom velho manual de etiqueta num alfarrabista poderia ajudar.

-Cerimónia comemorativa do 44º aniversário da UA, galeria fotográfica da PR, veja-se o representante dos estudantes no uso da fala com o gabão ao ombro, 15.12.2017, http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=140666
-Comemorações do Dia da UAlg., 15.12.2018, registando-se: na comitiva estudantil que transporta as insígnias a conferir ao d.h.c., duas estudantes apresentam-se de capa ao ombro; mais à frente, o presidente da associação de estudantes faz as saudações e discursa de capa ao ombro, https://www.youtube.com/watch?v=PtHvvvIm5wM
-Dia da UP, 22.03.2019, cerimónia sem reparos protocolares dignos de nota. Apenas salientar a duplicidade de critérios do órgão organizador, que tanto aceita indumentária e adereços de cerimónia (capas, togas, grandes colares, medalhas), como premiados em mangas de camisa. Não parece haver da parte do órgão organizador da cerimónia um conceito congruente de indumentária adequada ao evento e, caso exista, o mesmo não terá sido explicitado nos convites, https://www.youtube.com/watch?v=xHBPEfQGEt0.
-Diversas problemas com a capa, ou a falta dela, em cerimónias na UMinho, como sejam o dia da fundação, a investidura de reitores e d.h.c.. Exemplo: https://www.youtube.com/watch?v=6Gqddw5e9eA. No filme relativo à investidura e proclamação do novo reitor, com data de 28.11.2017, podem observar-se dois estudantes auxiliares do protocolo a percorrer o paraninfo sem capa, enquanto que o presidente da associação estudantil inicia a sua intervenção de capa ao ombro e não se descobre para fazer as cortesias, https://www.youtube.com/watch?v=1R1jCku0oGw.
-Não é propriamente gafe protocolar mas sim crescente desconhecimento dos procedimentos artesanais de confeção do hábito talar (capas transformadas em meios capotes, batinas convertidas em casaquinhos de 3/4), o que em termos de impacto visual e de imagem institucional sugere uma certa carnavalização e uma guinada para as fatiotas do tipo rececionista de hotel e vendedora da Charles. Quando se chega aqui, mais vale fazer as arguições em traje civil ou então criar um vestiário com peças de vários tamanhos para uso dos elementos dos júris. Vejam-se as fotos das arguições de provas doutorais na UC, https://www.uc.pt/fctuc/dei/NOTICIASEVENTOS/ProvasdeDoutoramento.

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