domingo, 6 de novembro de 2011

Um acto oficial inscrito no aro do cerimonal público: o rei D. Carlos e a rainha D. Amélia visitam o couraçado brasileiro Benjamim Constant.
O programa incluía salvas de artilharia, subida e recepção a bordo, visita às dependências principais e um momento de divertimento protagonizado pelos marinheiros que daçaram o maxixe, uma dança que fazia furor no Brasil em Paris. A imagem documenta algo de muito raro e pouco estudado, uma dança masculina de pares, numa época em que as antigas danças militares e cerimoniais masculinas tinham começado a desaparecer. Sobreviviam ao tempo na Península Ibérica as antigas danças de pauliteiros e algumas coreografias de procissão (Corpo de Deus, folias do Espírito Santo nos Açores). Só que nas antigas danças masculinas os intervenientes podiam tocar-se mas não se cingiam (como acontece na gravura). Tenho memória de foliões que dançavam em coreografias singulares tanto na cabeça dos cortejos como no levar das comida às mesas e de um folião que dançava ao som de uma ruidosa pandeireta, como também tenho memória de bailes rurais em que se viam mulheres dançar aos pares. Dança masculina de pares é que nunca tinha visto.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 16, de 22.2.1904

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