quinta-feira, 3 de setembro de 2009


A austera casaca, espelho de virtudes: casaca militar norte-americana característica do período da Guerra Civil. Na UC os estudantes adeptos da laicização do ensino criticam asperamente o antigo traje institucional e apropriam-se da indumentária burguesa que consideram símbolo de virtude cívica e cultural. Ao longo do século XIX a imagem mental da ordem militar e os uniformes militares marcam presença duradoura no imaginário romântico estudantil. No seu plano de reforma dos uniformes, o exército português apontou para a instauração de formas crescentemente geometrizadas, depuradas e estandardizadas, tendência reforçada pela reformação dos uniformes decretada em 1856. É esta reforma de 1856 que introduz o casaco ou túnica de modelo próximo ao patenteado na fotografia, medida bem conhecida dos estudantes da UC, instituição que desde 1839 tinha considerado o uniforme militar equiparado ao hábito talar.
É certo que a casaca dos estudantes não comportava vivos, bordados ou galões, e abotoava da base do colarinho à bainha inferior (a militar só abotoava até ao baixo ventre), mas a filosofia subjacente era a mesma. O sistema cultura burguês era monocultural e nessa qualidade estigmatizava tudo quanto não correspondessem aos seus padrões estéticos e éticos.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial