quinta-feira, 3 de setembro de 2009


Sapatos de couro preto e fivelas de prata, calçado de cerimónia comum a todos os sistemas protocolares ocidentais até meados do século XIX que se arrastou pelo século XX na casa real britânica e na casa papal.
Este par de finais do século XVIII exemplifica o figurino. Após a Revolução de 1789 os sapatos de cerimónia foram adaptados aos ditames da moda napoleónica (estilo império) que dominou todo o século XIX, com a típica forma de chinelo. Os sapatos pretos de cerimónia eram comuns aos estudantes, docentes e funcionários, ainda hoje se avistando nos actos solenes realizados na UC (archeiros e bedeis). Nalguns sistemas cerimoniais mais conservadores considera-se mesmo que o genuino sapato de gala não é o aqui representado mas o sapato preto de couro de finais do século XVI, com o peito do pé ornado de roseta de seda. Esse velho modelo ainda é o usado pelos archeiros da casa real britânica dos dias de grande gala.
Na UC os estudantes pós guerra civil passam os dias a ruminar contra o sapato de fivela de prata e reclamam o seu abandono. A Reitoria, sem conceder na abolição dos sapatos de cerimónia autoriza o uso de um modelo preto de couro mais simples que substitui a fivela por um cordão de seda.
Entre 1863 e 1910 o sapato de cerimónia sobrevive apenas nos actos solenes e após a Revolução de 5 de Outubro de 1910 apenas será usado por eclesiásticos vinculados ao corpo docente da UC.
Se prestarmos atenção à fotografia tirada por Bernardino Machado logo após a respectiva cerimónia de imposição de insígnias doutorais a 2 de Julho de 1876, este figura sentado na cátedra com meias altas de seda, sapatos de fivela de prata e calções encobertos pela ampla capa.

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