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terça-feira, 13 de maio de 2008

Massa do Cantão de Genebra
Com a pulverização das grandes ideologias abolicionistas e pró-laicistas, certos símbolos representativos de instituições políticas, municipais e universitárias parecem conquistar novos adeptos, cujas representações do poder e percepções afectivas emergem libertas dos estigmas clássicos. A exemplificar as novas tendências cite-se, em contexto republicano europeu, esta "Masse de la Republique et Canton de Genève", desenhada em 1999 pelo joalheiro Gilbert Albert e ofertada ao Hôtel de Ville. Do outro lado do Atlântico, a esmagadora maioria das universidades norte-americanas encomenda ou recebe a título de oferta massas de ornamentação "etnográfica" que exibe ostentatoriamente em eventos e sites.
[http://www.ge.ch/chancellerie/salles/conseil_etat.asp]


Massa da Universidade de Genebra
Aspecto parcial da massa de prata da Université de Genève, cujo remate superior parece enquadrar-se na tipologia russa dos ceptros imperiais.
[http://www.unige.ch/evenements/dies/2003/framesetLight.html]

domingo, 11 de maio de 2008


Investidura de Yushchenko
Cerimónia de investidura de Viktor Yushchenko no Verkhovna Rada, Kieve, em 2005. Em contexto de reafirmação dos nacionalismos brotantes pós 1989, Yushchenko não recorre à puritana casaca burguesa nem à faixa consagrada em França e na América Latina, deixando de lado qualquer alusão aos símbolos militares. O símbolo autonómico adoptado é um bastão de cabo curto, inspirado no antigo ceptro dos czares, de já foram assinaladas derivações na maça da República Helvética e na maça da Universidade de Genebra.



Cortejo académico em Salamanca

Aspecto de um cortejo realizado na Universidade de Salamanca, com dois "maceros" e um chefe de protocolo na vanguarda.


Vara do parlamento australiano
Vara de ébano com aneis embutidos e cisne na empunhadura, insignia fabricada em 1954 para assinalar a visita de estado da Rainha Isabel II.
Desenhada em meados do século XX, esta vara reflecte tendências nacionalistas e/ou regionalistas que ainda hoje continuam a fazer escola nas escolas superiores dos EUA, país onde a maça foi reciclada e recriada como símbolo das universidades, com assumida substituição de motivos heráldicos, cristãos ou da mitologia greco-romana por propostas etnográficas.


Maça do parlamento australiano
Maça de prata dourada, desenhada e fabricada em 1887, adopta uma gramática decorativa revivalista tributária do modelo britâncico.
[http://www.parliament.wa.gov.web/WebPages]


Abertura do Parlamento
Cerimónia de Abertura do Parlamento de Westminster: a Câmara dos Comuns dirige-se em cortejo para a Câmara dos Lordes. Na frente dos deputados caminha o "Speaker", em gown agaloada a ouro, acompanhado por pagem caudatário e ladeado à direita pelo Gentleman Usher of the Black Rod. Este oficial da Câmara dos Lordes leva ao ombro uma longa vara preta de ébano com aneis e empunhadura de prata.


Câmara dos Comuns
Maça de prata da Câmara dos Comuns, Parlamento de Westminster. A maça representa o poder e a autoridade do monarca. À guarda do Serjeant-at-Arms, a maça é transportada ao ombro, no início de cada sessão, na frente do "speaker". Entrados o orador e sentados os deputados, a maça é deitada na mesa, em frente ao "speaker", para ser retirada no final do dia, com o mesmo cerimonial usado na abertura dos trabalhos. Sem a maça deitada sobre a mesa não pode haver sessão nem intervenção dos deputados. A maça, cujo desenho remonta ao século XVII, remata superiormente com globo terreste, solução que não é inédita no contexto ocidental. Em Portugal, o Rei D. Manuel I dotara os reis de armas da casa real, a Universidade (então residente em Lisboa) e a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa com maças de prata adornadas de grilhões e esfera armilar ptolomaica.
[http://www.parliament.uk/images/upload/43826.jpg]

Desfile em Oxford
Cerimónia realizada em 2006, com o porta-maça do município a ocupar posição central em representação do estado. É ladeado pelos bedeis da Universidade de Oxford. A maça municipal é carregada ao ombro do "mace-bearer" e o capitel profusamente gravado reproduz a coroa real com quatro imperiais, globo terreste e cruz. As maças da Universidade de Oxford, menos complexas em termos ornamentais, são carregadas no braço direito de cada bedel, à semelhança da prática consagrada na Universidade de Coimbra.

Bedel da Universidade de Oxford
Enverga gown preta quinhentista e maça de prata rematada por capitel interrompido, conforme modelo já visualizado a propósito da Universidade de Cambridge. Este tipo de maça, anterior à incorporação dos quatro imperiais, foi usado em câmaras municipais e universidades britânicas entre o ocaso do século XVI e os alvores do século XVII.


Maça do Município do Oxford
Nas câmaras municipais de tradição anglo-saxónica mantém-se o uso da maça de prata representatica da coroa, insígnia exibida em sessões legislativas, investiduras, recepções de estado e cortejos.
Esta maça, de grandes proporções, obedece a uma tipologia surgida no século XVII, que se divulgou a partir da casa real na Grã-Bretanha, Escócia e antigos domínios, com registos conhecidos em parlamentos, municípios, hospitais e universidades da Austrália, Canadá e antigas colónias da América do Norte.


Encaenia em Oxford
Cortejo de formatura de bachareis no final do ano escolar em Oxford. Ao contrário das antigas universidades de Bolonha, Perugia, Salamanca ou Coimbra, Oxford não abre os cortejos com grupo musical. Porém, este costume militar, nobiliárquico, académico e eclesiástico, é praticado em universidades escocesas que substituem os antigos charameleiros por um tocador de gaita-de-foles. Como se pode observar nesta imagem, os bedeis munidos de maças de prata antecedem a figura do Chancellor.
[http://www.flicker.com/photos/lalentecaliente7172219064/in/set-7215794164051822/]