Virtual Memories

sábado, 22 de outubro de 2011

Nos alvores do século XX começam a reunir em Coimbra antigos cursos de Direito e de Teologia. O jantar de confraternização, a missa na capela da Universidade, a chamada dos mortos e a fotografia no portal da capela tornam-se momentos estabilizados de uma tradição que sobreviverá ao século XX.  As fotografias mais apreciadas fixarão os bachareis embrulhados nas antigas capas, ostentando orgulhosamente as pastas com fitas de seda. Um pormenor curioso, numa universidade onde as insígnias de bacharel não tinham visibilidade. Esta tradição dos jantares de confraternização/reuniões de antigos cursos também é praticada nas forças armadas e muito especilamente nos antigos cursos da marinha.
Na fotografia superior, bachareis do curso de Direito de 1857-1858. Na fotografia inferior, bachareis do curso Teológico-Jurídico de 1873-1874.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 176, de 5.7.1909

Na Belle Époque as excursões em burro estão na moda entre a média e a alta burguesia. Há notícias de burricadas em Sintra e na Mata do Buçaco. Neste caso, burricada dos estudantes da Universidade de Coimbra que em 1907 apoiaram a Greve Académica. Em baixo, fotografia de conjunto no Hotel do Buçaco.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 175, de 28.6.1909

Preparação de uma cerimónia de homenagem ao rei D. Carlos I na Academia das Ciências de Lisboa. Na fotografia superior, preparativos de armação do dossel de veludo destinado a acolher o paraninfo. Na imagem inferior, aspecto da sala com as cadeiras do auditório, tribunas e paraninfo.  De acordo com a informação recolhida, o acto seria presidido pelo rei D. Manuel II, tomando lugares à direita e à esquerda do presidente a rainha mãe, o infante D. Afonso. Na ala direita tomavam assentos os membros do corpo diplomático. Na Academia das Ciências, o monarca reinante era por inerência o presidente, tradição que passaria para os presidentes da República Portuguesa.
Com a proclamação da República, os paraninfos estruturados na cadeira do presidente dos actos solenes foram substituídos por mesas de honra de formato rectangular e semicircular. A mesa da presidência comporta uma mensagem assente nos ideais da igualdade social e corporativa e no equilíbrio dos poderes. Na prática, as mesas das presidências vieram abrir as portas a problemas insolúveis ou de difícil resolução, com os representantes centrais e locais do poder executivo a reinvindicar posições de liderança ou destaque nos paraninfos. A visão centralista da gestão dos negócios públicos raramente se mostraria disposta a respeitar o património cerimonialístico de instituições multisseculares que nalguns casos precediam a própria fundação do estado contemporâneo. Em nome das precedências dos altos titulares dos cargos da administração central, quase sempre acompanhados de deputações numerosas, encheram-se mesas de presidência, esquecendo os anfitriões, o cerimonial próprio de determinadas instituições e a autonomia de outros poderes de Estado. Como sói dizer-se no Brasil, os membros do Executivo são especialistas em chegar ao local da cerimónia e açambarcar os paraninfos.
A arte de organizar mesas de honra tendo em conta as tradições que mandam honrar o anfitrião e o respeito democrático pelos poderes autónomos e pelos patrimónios cerimonialísticos distintos do protocolo de estado continua a fazer correr rios de tinta. No Brasil e em Espanha, tem-se discutido com afinco as questões da constituição das mesas de honra, as presidências monocéfalas e bicéfalas, o lugar dos presidentes/governadores dos estados e regiões autónomas, o espaço a atribuir aos representantes dos poderes legislativo, executivo e judicial, e fixado doutrina quanto aos actos universitários.
Na Europa continental poucas são as universidades que mantiveram os paraninfos segundo o paradigma clássico. Uma delas é a Universidade de Coimbra, solução que resolve a priori conflitos de precedência e melindres. Nos últimos anos regista-se nos manuais de cerimonial produzidos por algumas universidades o abandono da mesa da presidência. Foi o que aconteceu com o Gabinete de Protocolo da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, cujo manual consagra expressamente o paraninfo sem mesa corrida.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 175, de 28.6.1909

Bando precatório organizado pelos estudantes da Escola Politécnica de Lisboa a favor das vítimas do terramoto que afectou o vale do Tejo e Benavente em 1909. Excluindo os elementos da tuna, os demais estudantes vestem indumentária civil e militar.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 173, de 14.6.1909

António Joyce regente do Orpheon Académico

Orpheon de Joyce

Orpheon de Joyce

Orpheon de Joyce em 1909

Orpheon Académico de Coimbra

Orpheon Académico

Reportagem sobre o Orpheon Académico de Coimbra em 1909, da regência de António Joyce
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 162, 29.3.1909

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Costumes académicos de Coimbra registados em 1909
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 161, de 22.3.1909


O leão de Camões, inaugurado junto ao Paço das Escolas em 1880. Apontamento de uma fotoreportagem sobre os costumes académicos de Coimbra. Rara figuração do estudante "urso". Por desconhecimento resultante da falta de viagens a outras instituições de ensino superior estrangeiras e de escassa circulação de literatura especializada, as tradições estudantis de Coimbra tendiam a ser vistas nos inícios do século XX como singularidades e casticismos, quando em bom rigor:
a) sob diversas formulações e variantes também eram praticadas nas universidades da Alemanha, Suécia, Bélgica e nas faculdades de direito do Brasil;

b) tinham vindo a alastar aos liceus portugueses, ganhando mesmo colorações marcadas pela originalidade (é dificilmente aceitável hoje que nada se soubesse e dissesse sobre as festas Nicolinas dos estudantes do ensino médio/liceal da cidade de Guimarães, ou sobre a popular Festa do Galo das escolas primárias);

c) grande parte dos rituais cíclicos iniciático-punitivos conhecidos em Portugal por praxes, e no Brasil por trotes, eram comuns às escolas militares e quarteis castrenses (ritos iniciáticos, partidas e troças, hierarquias, alcunhas, formas de tratamento, punições);

d) diversas tradições já bem radicadas ou em fase de implementação/invenção em inícios do século XX eram semelhantes às festividades cíclicas realizadas pelas comunidades tradicionais de Portugal, Espanha, Brasil, Bélgica, Itália (caso dos corsos carnavalescos, batalhas de flores em carruagens floridas, queimas e enterros os mais variados).

Nos últimos anos, no Brasil, as faculdades de psicologia e ciências da educação promoveram importantes estudos sobre as vivências estudantis e os trotes (praxes) associadas a processos de afirmação dos matriculandos da classe média e à construção de identidade(s). Indêntico interesse ocorre em França, conquanto colocando a tónica nas relações de poder, nos mecanismos de controle social, nas relações de género e na sempre difícil equação integrar/não integrar, respeitar os direitos humanos/violentar os direitos humanos.
No tempo em que frequentei a Universidade de Coimbra, o professorado rejeitava ostensivamente qualquer hipótese de inclusão destes temas na agenda académica. Havia excepções, é claro, como o saudoso Prof. Joaquim Ferreira Gomes que estudou as instituições de ensino superior, os laboratórios de investigação, os equipamentos científico-laboratoriais, a feminilização do ensino superior e orientou a tese de doutoramento de Manuel Carvalho Prata sobre a academia de Coimbra entre finais do século XIX e os anos inaugurais do século XX. Hoje em dia, esta visão primária e preconceituosa começa a desaparecer. Assimilada a lição bourdieuana, nos últimos vinte anos a sociologia interessou-se pelo estudo dos costumes estudantis. Os investigadores das ciências da educação começaram a explorar os manuais de civilidade e não tarda passarão aos trajes académicos, ritos, festividades, códigos de praxe e instrumentos de construção da identidade do homus academicus. É o que parece anunciar o IX Congresso Luso-Brasileiro de história da Educação, Rituais, Espaços e Patrimónios Escolares que terá lugar em 12-15 de Junho 2012 na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa/Instituto de Educação (http://colubhe2012.ie.ul.pt/).
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 161, de 22.3.1909

Alguns exemplos:
AAVV - A festa. In: Vértice, n.º 28, Junho de 1990, pp. 7 e ss. (diversos artigos sobre festividades e costumes académicos).
ALBUQUERQUE, Carlos Linhares, e MACHADO, Eduardo Paes - O batizado dos recrutas. Trote, socialização académica e resistência ao novo ensino policial brasileiro. in: Capítulo Criminológico, volume 31, n.º 2, Abril-Junho 2003, pp. 101-127, http://revistas.luz.edu.index.php/cc/article/reviewFile/329/314.
AVELAR, Ediana Abreu - O imaginário da formatura. Um estudo sobre o pensamento dos formandos do curso de direito pertencentes à classe média. Petrópolis: Universidade Católica de Petrópolis, 2007 (tese de mestrado), http://www.ucp.br/html/joomlaBR/images/mestrado/ediana%20abreu%20avelar.pdf.
BLANC, Dominique - Du concours au bizutage. Des rites dans les siciétés secularisées. Paris: École des Hautes Études en Sciences Sociales, 1999, WWW: http://www.dominiqueblanc.com/index.php?id=29.
BRUNO, Sinésio Ferraz - Vida danificada e trote universitário. Marília, 2003. In: educação em Revista, n.º 6, 2005, pp. 37-50, http://www2.marilia.unesp.br/revistas/index.php/educacaoemrevista/article/viewFile/597/480.
CARDINA, Miguel - Memórias incómodas e rasura do tempo. Movimentos estudantis e praxe académica no declínio do Estado Novo. In: Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 81, junho 2008, pp. 111-131, http://www.ces.uc.pt/rcc/includes/download.php?id=992.
CARREIRO, Teresa - Viver numa república de estudantes de Coimbra. Real República Palácio da Loucura (1960-70). Porto: Campo das Letras, 2004.
CASTRO, Amílcar Ferreira de - A gíria dos estudantes de Coimbra. Coimbra. Coimbra: Faculdade de Letras, 1947 (Biblos, n.º 7).
CASTRO, Celso - O trote no Colégio Naval. Uma visão antropológica. The hazing in the brasilian Navy's College. An anthropological approach. In: Antíteses, Volume 2, n.º 4, jul-dez de 2009, pp. 569-595, http://cpdoc.fgv.br/producao_intelectual/arq/1839.pdf.
COLLOCA, Viviane Patrícia - O trote universitário. O caso do curso de Química da UFSCar. São Carlos: Universidade Federal de São Carlos, 2003 (dissertação de mestrado), http://www.bdae.org.br/dspace/bitstream/123456789/1178/1/tese.pdf.
CORBIERE, Martine - Le bizutage dans les écoles d'ingénieurs. Paris: Harmattan Éditions, 2003.
COUSIN, E. - Bizutage et société, 1998.
CRUZEIRO, Maria Eduarda - Costumes estudantis de Coimbra no século XIX. Tradição e conservação institucional. In: Análise Social, volume XV (60), 1979, pp. 795-838, http://analisesocial.ics.ul.pt/documentos/1223990403T2oCN9gi5Xo15HK9.pdf.
DAVIDENKOFF, E., e PRENEUF, C. de - Du bizutage, des grandes écoles et d'élite. Paris: Plon, 1993.
FRIAS, Aníbal - Praxe académica e culturas universitárias em Coimbra. Lógicas das tradições e dinâmicas identitárias. In: Revista Crítica de Ciências Sociais, n.º 66, outubro de 2003, pp. 81-116, http://www.ces.uc.pt/publicacoes/rcc/artigos/66/RCCCS66-081-116-Anibal%Frias.pdf.
FRIAS, Aníbal - Patrimonialização da Alta e da Praxe Académica em Coimbra. Comunicação ao IV congresso português de sociologia, http://aps.pt/cms/docs_prv/docs/DPR462de01a41f32_1.PDF.
GARISO, Henrique Manuel da Costa - O direito no feminino. As estudantes da Universidade de Coimbra durante o Estado Novo (1933-1960). Lisboa: Universidade Aberta, 2002 (tese de mestrado. Não foi sinalizado exemplar na Biblioteca Nacional). 
GONÇALVES, Albertino - O sentido da comunidade num mundo às avessas. O imaginário grotesco nas tradições académicas de Braga. Braga: Biblioteca Pública de Braga, 2001.
HOMEM, Armando Luís de Carvalho - O traje dos lentes. Memória para a história da veste dos universitários portugueses (séculos XIX-XX). Porto: flup e-dita, 2007.
LAMY, Alberto Sousa - A Academia de Coimbra (1537-1990). Lisboa: Rei dos Livros, 1990.
LARGUÉZE, Brigitte - Statut des filles et répresentations féminines dans les rituels de bizutage. In: Sociétés Contemporaines, Année 1995, n.º 21, volume 21, pp. 75-78, http://www.persee.fr/web/revues/home/prescript/article/socco_1150_1944_1995_num_2_1_1420.
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PRATA, Manuel Alberto Carvalho - A praxe na Academia de Coimbra. Das práticas às representações. In: Revista de História das Ideias, n.º 15, 1993, pp. 161-176.
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Universidade(s). História, memória, perspectivas. Actas do Congresso História da Universidade no 7.º centenário da sua fundação, Coimbra, 5 a 9 de março de 1990. Coimbra: Comissão Organizadora, 1991 (5 volumes).
VILLAÇA, Fabiana de Mello, e PALÁCIOS, Marisa - Concepções sobre assédio moral. Bullying e trote em uma escola médica. In: Revista Brasileira de Educação Médica, 34(4), 2010, pp. 506-514, http://www.scielo.br/pdf/rbem/v34n4/v34n4a05.pdf.
ZUIN, António Álvaro Soares - Trote na universidade. Passagens de um rito de iniciação. São Paulo: Cortez, 2002.
Citar: Nunes, A. M. - O leão de camões, http://virtualandmemories.blogspot.com/, 21.10.2011.

Vanguarda do préstito académico em transito pela rua Larga durante a recepção oficial ao rei D. Manuel II, Coimbra, novembro de 1908.

Imagens da visita de D. Manuel II a Coimbra em 1908. Desfile do préstito académico pela rua Larga. Um aspecto do corpo catedrático.

Visita do rei D. Manuel II a Coimbra em novembro de 1908, após digressão oficial pelo Porto, Guimarães e Braga. Conforme o cerimonial de estado, o monarca foi recebido na estação de caminhos de ferro e encaminhado para os paços do concelhos e sé catedral. Era de tradição ser recebido pelo cabido à porta da sé, debaixo do pálio, seguindo-se Te Deum Laudamus solene e préstito de gala do largo da feira dos estudantes para o Paço das Escolas.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 145, de 30.11.1908

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Visita do Rei D. Manuel II à Escola Médico-Cirúrgica do Porto em Novembro de 1908 durante a visita de estado à cidade. Registo fotográfico dos estudantes e dos lentes com o hábito talar e barrete.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 144, de 23.11.1908

3 de junho de 1908: visita do rei D. Manuel II à Escola Politécnica de Lisboa. Estudantes com indumentária masculina civil e militar.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 125, de 13.7.1908

Lentes da Universidade de Coimbra que se deslocaram ao paço real, em 2 de Junho de 1908, numa manifestação de regozijo ao rei D. Manuel II
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 121, de 15.6.1908

Manfestação de apoio dos estudantes e casa reitoral da Universidade de Coimbra ao novo monarca D. Manuel II. Lentes das várias faculdades, o reitor Alexandre Cabral em grande uniforme e um quintanista com pasta de luxo.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 120, de 8.6.1908

Lisboa, 27 de maio de 1908: manifestação de apoio dos estudantes de Coimbra ao novo rei D. Manuel II. Esta deslocação ficaria marcada por conflitos e contramanifestações no trajecto entre a estação do Rossio e o paço real. Excelente documento sobre o estado da arte da capa e batina em 1908.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 120, de 8.6.1908

Funerais de estado por morte do rei D. Carlos I e do princípe D. Luís Filipe, Lisboa, Fevereiro de 1908
Na fotografia superior, deputação de lentes da Universidade de Coimbra em hábito talar e insígnias doutorais conforme a antiga tradição de nojo. Na imagem inferior, cónegos da Sé de Lisboa com hábito talar e murças de arminhos.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 105, de 24.2.1908

Instituto metereológico da Universidade de Coimbra. Um exemplar da arquitectura do ferro e do vidro construído na década de 1860.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 92, de 2.11.1907

O observatório astronómico da Universidade de Coimbra, uma das imagens de marca da reforma do ensino superior patrocinada pelo marquês de pombal em 1772. Viria a ser demolido durante as obras da Cidade Universitária levadas a cabo pelo Estado Novo. O observatório funcionou por muitos anos como local de ajuntamento dos lentes e ponto de partida dos préstitos universitários.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 92, de 2.11.1907

Imagens da Greve Académica de 1907

Greve académica de 1907. Conferência de Teófilo Braga aos estudantes de Lisboa que se solidarizaram com os manifestantes de Coimbra

Imagens da Greve Académica de 1907 na Universidade de coimbra
Fotos: Ilustração Portuguesa, n.º 55, de 11.3.1907

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Comissão de estudantes promotora das festas de recepção aos novatos, Universidade de coimbra, Outubro de 1905. Um exemplo da tentativa de humanização das antigas praxes (trotes) protagonizado por estudantes da ala progressista e republicana.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 100, de 2.10.1905

Tuna da Universidade de Santiago de Compostela nas escadas da Via Latina da Universidade de Coimbra no carnaval de 1888

Alunos e professores do  Instituto de Agronomia e Veterinária, que viria a ser integrado na Universidade Técnica de Lisboa. Um exemplo de identidade corporativa alavancado na indumentária civil burguesa vitoriana. Coexistência, no caso dos estudantes, com o uniforme militar.
Fonte: Ilustração Portuguesa, n.º 75, de 10.4.1905

domingo, 16 de outubro de 2011

Festejos da Queima das Fitas/Enterro do Grau realizados na Universidade de Coimbra em 1905. Aspecto das viaturas alegóricas e dos grupos de fantasiados que tomaram parte no cortejo.

Reportagem sobre a festa da Queima das Fitas dos estudantes da Universidade de Coimbra que no ano de 1905 ficou conhecida por Enterro do Grau [de Bacharel]. Trechos da passagem cortejo alegórico com viaturas engalanadas de flores que vinham a imitar as carruagens floridas utilizadas nas batalhas de flores do Entrudo.
Fonte: Ilustração Portuguesa, 12.6.1905

Bedel da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, postal ilustrado circulado em 1903.
Ostenta maça com fuste, charola maneirista e corrente conforme tradição ibérica do século XVI. Veste indumentária de grande gala ou de oficial maior, com capa e volta, calções, sapatos de fivela, colete e fraque. O fraque é um aportamento do século XIX. O mantéu é bandeado, forrado de cetim preto e generosamente guarnecido de cabeção. Vísíveis os punhos de renda da camisa, mas omisso o obrigatório bacalhau. À cinta, o indispensável punhal. Cobertura de cabeça caída em desuso desde o período aureo das cabeleiras. Não era este o traje tradicional de grande gala dos bedeis conimbricenses, invenção novecentista ao arrepio do regimento que preceitua expressamente loba talar.