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sábado, 23 de julho de 2011



Mulheres Welsh com o chapéu tradicional, cuja variante sublinha as semelhanças com o chapéu puritano da 1.ª metade do século XVII

Mulheres da comunidade Welsh com chapéus e capas



Mulheres Welsh com o chapéu tradicional, fotografia de ca. 1900



Mulheres da comunidade Welsh, País de Gales, ca. 1890

Predomínio de tecidos baratos na indumentária quotidiana, como sejam os aventais de algodão em quadrícula e as blusas despojadas de ornatos. Cabeça coberta pelo famoso "welsh hat", uma espécie de cartolão preto de aba plana, fita de seda ou veludo e copa troncónica alteada. Os modelos mais antigos que foram registados apresentam a aba ligeiramente descaída, base da copa mais larga e tampo superior estreitado. Modelos mais simples em feltro, modelos mais elaborados em castorina. Alguns investigadores consideram que este chapéu feminino se generalizou na década de 1830 e atingiu expressiva expansão nas décadas de 1840-1850, tendo atraído as atenções dos viajantes, pintores de costumes e fotógrafos.

Variantes deste chapéu apontam de modo muito óbvio para uma raiz mais recuada que pode entroncar no chapéu puritano do século XVII. Seja como for, em Portugal são conhecidas duas situações de proximidade/familiaridade: 1) o chapeirão masculino das comunidades agro-piscatórias da Beira Litoral, usado entre Coimbra e Ovar no mesmo período de tempo (ca. 1820-ca. 1850), cuja aba e copa eram ornamentadas com jogos de 4 pompons e 4 presilhas em forma de cordão. Encontra-se reconstituído no Museu Etnográfico de Ovar; 2) o cartolão preto com que os veteranos na Universidade de Coimbra desfilavam no cortejo alegórico da Queima das Fitas entre as décadas de 1930-1980, confeccionado artesanalmente com cartão, cola e papel de lustro (obs: conforme já anotei anteriormente, a partir dos alvores da década de 1980 as antigas cartolas artesanais usadas pelos estudantes da Universidade de Coimbra foram substituídas por cartolas fabricadas no Porto, forradas de tecido, com copa baixa, cujo modelo corresponde à antiga meia cartola).

Fonte: algumas das fotos utilizadas integram o acervo http://www.fotolibra.com/gallery/850086/old-welsh-ladies/like/




Doutoramento honoris causa em Ciências de Albert Einstein na Faculdade de Ciências da Universidad Complutense de Madrid. O laureado enverga toga preta talar, muceta e birrete na cor científica (azul escuro). Fotografia publicada no ABC de 9 de Março de 1923.

quarta-feira, 20 de julho de 2011






Painel 7: versão masculina da capa e batina consagrada de forma restrita na Greve Académica de 1907 e de forma generalizada após a Revolução do 5 de Outubro de 1910. Notórios os contributos dos fardamentos do tipo high school e do conceito de uniforme, v.g., de uma acentuada tendência para a poupança na quantidade de tecido, de geometrização das linhas de confecção e de crescente padronização do corte, linha de força predominante após a Revolução de 1974 nas casas do pronto-a-vestir. Painel omisso em relação à adopção do tailleur pelas estudantes. O quadro civil adoptado já nada tem que ver com a indumentária civil urbana mais em moda nas décadas de 1950-1960.


Edifício da Associação Académica de Coimbra/painel de azulejos/João Abel Manta/1963

Nota: João Abel Manta, além das pesquisas que possa ter feito por conta própria, baseou-se na informação disponível à data da encomenda, isto é, nas pesquisas que sobre o tema tinham realizado António Gomes da Rocha Madahil, o Dr. António José Soares, o Prof. Doutor Rocha Brito e o Dr. António Correia.

Painel 6: fachada da AAC/Coimbra, de João Abel Manta/inaugurado em 1963

Figuração do hábito estudantil em conformidade com as tendências observadas na década de 1880. Neste painel opera-se um salto cronológico entre o século XVII e a 2.ª metade do século XIX, deixando no olvido as flutuações modísticas do século XVIII e as metamorfoses liberais. Ligeiro desencontro entre o tempo da capa e batina e o tempo da moda civil masculina/feminina que corresponde às décadas de 1850-1860.