Virtual Memories

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Imagem sacra de São João Nepomuceno, catedral de Lima, com criativo barrete doutoral laureado e aparatosa pega rematada em globo e cruz

quinta-feira, 20 de junho de 2013

Rio de Janeiro, aclamação do Imperador D. Pedro II, 1831. Os vereadores a cavalo com o traje institucional
Fonte: gravura de Debret

Bando e pregão da câmara municipal do Rio de Janeiro, grande plano da gravura seguinte
Boa figuração do antigo traje de gala de vereador que se usou em Portugal e nos espaços lusófonos até à década de 1880.

Em baixo: a câmara municipal do Rio de Janeiro arregimentada na forma de bando e pregão a cavalo
Pregoeiro com cabeça descoberta lê o texto do pregão público, com o cavalo conduzido por dois pajens. Restantes vereadores e presidente trajados a rigor e cobertos. Estandarte municipal levantado. Em proximidade, charanga musical. Esta forma de anunciar os acontecimentos públicos e as festividades ainda se mantém em municípios de Espanha. Em Portugal, e de acordo com as notícias obtidas, apenas será realizado nas Festas Nicolinas de Guimarães.
Fonte: gravuras de Debret

Alguns trajes registados na Madeira (1821)

Imponente prior dos franciscanos e irmão da mesma ordem em caminhada/Funchal (?)/Madeira, 2.ª década do século XIX
Hábito talar franciscano composto por túnica castanha de burel, escapulário, cordão e monumental chapeirão de feltro pérola guarnecido com cordão e borlas. Criança desbarretada beija a mão ao prior, costume que ainda se praticava em muitas aldeias portuguesas na década de 1970.
Fonte: Combe, 1821

quarta-feira, 19 de junho de 2013

Elementos do clero madeirense com indumentária registada antes de 1820
Padre com hábito talar romano preto, composto por sapatos pretos de fivela, meias altas pretas, calções, cabeção, volta branca, barrete quadrangular e capa talar enrolada na cintura;
Jovem estudante de escola paroquial (?)/episcopal (?) apresentando curiosa mistura de peças do vestuário civil masculino (botas de couro à hussardo, calças compridas, colete azul) com elementos eclesiásticos (sobrecasaca preta desabotoada e tricórnio de feltro, que integravam o traje de abatina);
-Cura rural com sapatos de fivela, calções, batina talar, jaquetão preto decotado, tricórnio de feltro preto e cana ou bastão guarnecido de borlas.
Fonte: Combe, 1821

Trajes de vereador à antiga portuguesa, incluindo o modelo de grande gala e o modelo de luto pesado.
O modelo de grande gala: sapatos pretos de couro, ornados de fivela de prata; meias altas, de seda branca; terçado à cinta; colete branco; camisa branca; plastron (bacalhau) à francesa; peruca; capa de seda com estofo preto e forro branco, cujas bandas e gola podiam ser bordadas; chapéu forrado de seda preta, com aba revirada, presilha e plumas brancas; vara de governo, nalguns municípios branca, noutros dourada;
O modelo de luto pesado: conjunto preto constituído por casaca de corte à francesa, capa talar e chapeirão desabado com fumos, vara preta. Corresponde à indumentária usada na cerimónia da quebra dos escudos por morte de D. Maria I.
Fonte: Combe, 1821

Dois membros do senado municipal do Funchal, ilha da Madeira, com traje de vereador à antiga portuguesa
Tudo indica tratar-se do traje de luto pesado usado na cerimónia da quebra dos escudos por morte da rainha D. Maria I. A ser assim, as capas são demasiado curtas e os chapéus são tricórnios quando deveriam ser chapeirões de aba redonda guarnecidos de longos fumos pendentes. A não ser, meias, capas e chapéus não estão conformes com o modelo de rigor do traje de vereador.
Fonte: William Combe, A history of Madeira. London: R. Ackermann, 1821, disponível na BNP, http://purl.pt/23411/1/

domingo, 16 de junho de 2013

Foto-reportagem sobre a Queima das Fitas (1905)

Trechos do cortejo da Queima das Fitas de 1905 (Coimbra)

Quadros burlescos na Queima das Fitas de 1905: receção da comitiva régia, coro das carpideiras

Em cima, aspetos do banquete, legações e viaturas da Queima das Fitas e Enterro do Grau de Bacharel que se realizou em 1905 na UC

Reportagem sobre as festas da Queima das Fitas e Enterro do Grau [de bacharel] realizadas pelos estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra nos dias 31 de maio e 1 de junho de 1905.
O programa oficial, de cariz burlesco, cruzou números dos centenários comemorativos e das festas oficiais da corte com manifestações herdadas da tradição rural e local. As imagens documentam instituições e números que ainda hoje permanecem: a Charanga Lamoureaux, predecessora da Orxestra Pitghorica, inspirada nas charangas populares de carnaval; os gaiteiros, elemento imprescindível e ritual de animação das ruas e convocação à festa; o ritual da Queima das Fitas, no pavimento do Largo da Feira dos Estudantes. Nesta data, e confirmando os relatos de imprensa de 1894, os jornalistas voltam a falar em "tradicionais festas da queima das fitas".
A Queima das Fitas de 1905 apresentou um programa muito completo, com inclusão de atividades e números que demorariam cerca de trinta anos a impor-se de forma continuada: comissão organizadora; cartaz promocional ilustrado; livro de caricaturas dos quartanistas, monumento; banquete; queima das fitas; cortejo alegórico de viaturas; serenata fluvial no Mondego, tourada na praça da Mealhada, sarau. Nesta Queima das Fitas ainda seguiram incorporadas no cortejo alegórico a viatura fúnebre com o caixão e o coro das carpideiras, tradição vinda dos séculos anteriores, que nas décadas seguintes apenas vingaria em alguns liceus (caso do Enterro da Gata no Liceu de Braga).
Fonte: Ilustração Portuguesa n.º 83, de 5.6.1905; idem, n.º 84, de 12.6.1905