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sexta-feira, 6 de abril de 2012

Cortejo académico de formatura em Birmingham (1901)

Registo fílmico da "university procession on degree day", Universidade de Birmingham, 1901. Destaque para a presença de graduandas com toga e barrete, uma prática de integração em que foram pioneiras as universidades anglo-saxónicas

Cerimónia de abertura na Universidade de Basileia (2011)

Celebração do Dies Academicus na Universitaet Basel (Basileia), fundada em 1459 (vídeo da France 3).

1 - o cortejo académico, constituído pelos professores togados e estudantes com fardas e bandeiras percorre o centro histórico, sendo aberto pelo bedel
2 - ato em recinto fechado com o discurso do reitor e atribuição de doutoramentos honoris causa
3 - performance musical por orquestra
4 - banquete académico de docentes e estudantes

Missa do Espírito Santo de abertura do ano académico (2011)

Messa allo Spirito Santo di unaugurazione dell'anno academico 2010-2011, Roma, Pontificia Università Gregoriana. Ato solene realizado na igreja de Santo Inácio em 10.10.2011, sendo orador o P. François-Xavier Dumortier na qualidade de Rettore Magnifico.
Suprimida das universidades históricas, a missa do Espírito Santo costumava anteceder os atos de abertura das universidades, academias, tribunais e parlamentos. Em Portugal é realizada pela Universidade Católica Portuguesa (pelo menos no Pólo de Braga). Em Espanha pelas universidades católicas como Navarra. Ocorre também na Universidade de Oviedo, mas não integra o programa oficial.

Inauguração do ano académico em Santa Croce (2010)

Cerimónia de inaugurazione dell'anno academico 2010-2011 na Pontificia Università della Santa Croce, Roma (4.10.2010)

1 - cortejo professoral de entrada no auditório formamdo pelos docentes em toga e toco, com o reitor e o magno chanceler no fim
2 - presença de cores bem diferenciadas para as diversas área do saber (ex: branco para Teologia; verde para Cânones)
3 - insígnias distintas para o reitor (toga e murça de arminhos) e para o magno chanceler (toga italiana sobre batina romana avivada, barrete sobre o solideo)
4 - constituição de mesa de honra no palco do teatro e de púlpito para os oradores
5 - alinhamento de múltiplos discursos de dignitários internos e externos (reitor; lição inaugural; vice-reitor em traje civil; síndico de Roma; magno chanceler)
6 - após a conclusão da lição inagural, momento de entrega de medalhas de honra aos lentes de Cânones com 25 anos de serviço
7 - formações instrumentais e corais aparentemente não intervenientes;
8 - cerimónia antecidida por Missa do Espírito Santo que foi presidida pelo magno chanceler M. Javier Echevarría

Entrega da Rosa de Ouro (1937)

A rainha Helena de Itália recebe a Rosa de Ouro que lhe foi concedida pelo pontífice em 1937

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Cerimónia monárquica de abertura das cortes

Registo fílmico da abertura solene da 30.ª legislatura pelo rei Vittorio Emanuele III, Roma

1 - cortejo real
2 - recebimento da família real na entrada principal do parlamento
3 - cortejo de entrada na sala das sessões
4 - discurso da coroa proferido pelo monarca
5 - declaração solene de abertura da legislatura
6 - cortejo de saída

O filme constitui um excelente documento sobre o cerimonial praticado em países da Europa do sul como a Itália, a Espanha e Portugal (1834-1909, cerimónia precedida de missa). Para os estudiosos dos regimes autoritários de entre guerras, contém informação sobre as ligações entre a monarquia italiana e o regime fascista de Mussolini.

Visita de estado do papa Pio XII ao Quirinal

O papa Pio XII desloca-se em visita oficial ao rei Vittorio Emanuele III no palácio do Quirinal, Roma

1 - apontamentos do cortejo automóvel
2 - entrada da corte
3 - beija-mão ao pontífice romano
4 - despedida

Cerimonial católico: visita do papa Pio XII a Santa Maria Sopra Minerva

Cerimónia solene de evocação de S. Francisco de Assis e de Santa Catarina de Siena ("Pio XII: il solenne rito papale")

1 - desfile do papa Pio XII em cortejo de viaturas
2 - recebimento solene do pontífice em Santa Maria Sopra Minerva
3 - préstito na sedia gestatória
4 - oração solene proferida pelo pontífice

Cerimonial religioso católico tridentino: filme da coroação do papa Pio XII (1939)

1-préstito da casa papal a caminho da basílica de S. Pedro
2 - o novo pontífice eleito é transportado em ombros na sedia gestatória, com a cabeça coberta com a mitra de bispo de Roma, ladeado pelo corpo de archeiros e precedido pelos oficiais e dignitários da casa papal (ainda sem os flabelos e sem uso de palio de varas)
3 - cerimónia da coroação com a imposição solene da tiara
4 - cerimónia fortemente marcada pelo toque festivo de sinos e pelo canto coral

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Colação de grau (MBA) em Oxford (2010)


Cerimónia de colação de grau (MBA) na Universidade de Oxford, 27.11.2010
O vídeo apresenta uma performance simplificada do cerimonial de colação do grau de bacharel, com os seguintes momentos estruturantes:

1 - entrada das autoridades académicas no auditório ao som de órgão: bedeis com maças e togas; vice-chanceler (=reitor) e demais autoridades académicas
2 - instalação da equipa reitoral no paraninfo (paraninfo clássico, sem mesa de honra), com destaque da cadeira do reitor
3 - palavras de saudação, em inglês, do reitor à congregação e graduandos
4 - chamada em voz alta dos graduandos ao topo do auditório, vestindo estes a toga simples ou "Oxford subfusc"
5 - o decano da escola (ou diretor, conforme os casos em presença) corteja o reitor, apresenta os graduandos em latim e pede autorização para a colação do grau (no rito de bacharelamento, o pedido inclui autorização para admissão no claustro, como é de tradição no doutoramento conimbricense)
6 - os graduandos saem do auditório, vestem a toga de festa e aguardam no exterior a abertura da porta
7 - entrada festiva dos graduandos, precedida pelos bedeis
8 - colação do grau
9 - cortejo de saída ao som de órgão

Togas de universidades húngaras: cerimónia de formatura na Faculdade de Economia e Gestão da Univ. de Pécs (3.3.2012). Escola fundada em 1970. Toga preta avivada de azul. Professores com a cabeça descoberta, uma tendência marcante nas universidades e tribunais desde finais da Segunda Guerra Mundial. Reitor ou/decano com grande colar. Formanda com barrete à americana. De acordo com o humor britânico esta poderia ser uma toga no estilo "star trek", designativo utilizado em 2008 para crismar uma toga judiciária então inventada a pretexto de uma reforma francamente mal recebida pelos magistrados. Feliz ou infeliz, o modelo é o que a universidade escolheu para afirmar a sua identidade corporativa. Passando à confecção e ao tecido, aí sim, podemos falar em produto singelo. Seguindo as regras de ouro do marketing e da gestão da imagem, tão em moda nas universidades, uma empresa não embrulharia o seu produto no melhor papel?
Fonte: http://www.english.ktk.pte.hu/hirek/260

Uma boa fotografia da toga professoral e barrete adoptados pela Univ. de Szeged. O modelo corresponde no essencial ao que outrora se designava na Igreja Católica por hábito doméstico ou hábito de trabalho. Alguma parentela parece detectar-se com abafos invernais urbanos dos séculos XIX e XX, caso da gabardina civil e do famoso casacão eclesiástico romano conhecido por greca e viatório (branco para pontífices, preto integral e preto avivado para as dignidades, vermelho com orlas de pelaria na Polónia).
Fonte: retrato do Prof. Szakma, 2006, http://www.staff.com.u-szeged.hu/~geszonyi/

Doutoramento honoris causa em medicina veterinária pela Universidade de Szeged, Hungria, do Prof. John Beumer, dos EUA (11.11.2010).
Toga preta talar muito singela, apertando na frente com carcela vertical, mangas de tipo sobretudo e gola de orelhinhas de tipo gabardina. Vivo na cor da especialidade científica com base em duas bandas verticais de cetim. Barrete à americana. As togas dos reitores e decanos das faculdades são mais complexas, com guarnições de veludo nas bocas de mangas e na frentre, metendo alamares nos canhões e peito. Já a toga professoral apresenta um figurino bastante singelo no que respeita à escolha do tecido, à ornamentação e à técnica de confecção.
Embora a USzeged tenha sido fundada em 1872, o traje professoral parece ser uma criação contemporânea do desmembramento da URSS, confirmando soluções adoptadas em universidades da Hungria, Rússia e Roménia:

1) opção por tecidos não nobres como sejam sarjas e licras, tipo low cost. Até às crises académicas da década de 1960, as vestes académicas eram confeccionadas em seda, cetim e damasco. Os tecidos generalizados a partir da década de 1980 correspondem a padrões texteis tradicionalmente utilizados nas oficinas de fardamente militar na confecção dos uniformes n.º 3 e n.º 2. Entre o clero católico secular e regular (incluindo as monjas e as irmãs congregacionistas) também existiam os hábitos domésticos ou de trabalho, em texteis baratos. O que não havia na Igreja Católica, nas universidades e nas forças militares era confusão entre farda de gala e farda de trabalho. Em todo o caso a confecção de vestes ultra-simplificadas tornou-se uma tendência pós-Vaticano II, especialmente entre os adversários dos "punhinhos de renda" dos idos de Trento;
2) consagração de modelos incaracterísticos e ecléticos, que noutros contextos passariam facilmente por agasalhos civis de inverno (casacões, gabardinas), trajes domésticos de quarto (nightgown, dressing robe), indumentária desportiva (boxing gown, roupão de pugilista), trajes oficinais e laboratoriais (bata), trajes de fantasia (kimonos, togas de licra e fecho éclair);
3) réplicas simplificadas de modelos norte-americanos (cap and gown);
4) nova tendência para o regresso das coberturas de cabeça, sendo o barrete dos norte-americanos o modelo mais generalizado. Nas universidades da Roménia, o rudimentarismo da confecção chega a gerar algum desconforto visual;
5) acentuada rigidez dos tecidos e das costuras, com excessiva rectangularização das linhas predominantes, solução que confere às vestes o criticado aspeto de "saca de batatas" ou "gabardina", uma tendência estética que tem invocado a herança das fardas militares, dos sobretudos dos banqueiros e administradores de empresas e dos fardamentos das companhias de aviação civil (décadas de 1960-1970). O momento alfa desta tendência radicará no processo de estandardização das togas académicas norte-americanas na transição da década de 1890 para os inícios do século XX: subida progressiva da altura da bainha para a meia perna (no caso de Espanha, a bainha oscila entre a meia perna e o joelho. A moda da minisaia parece ter influenciado aquilo a que poderíamos chamar de minitogas); substituição do clássico cair trapezoidal pela linha "saca de batatas" (mesma largura nos ombros, na cintura e na bainha, inventona que deixaria o mais seráfico dos barbeiros com os cabelos em pé); rigidificação das costuras e dos galões das mangas;
6) alegre e descontraído porte de vestes académicas (tradicionalmente equivalentes ao traje de rigor e às fardas militares n.º 1) com roupas, sapatos e gravatas multicolores e multifunções, o que gera situações cromáticas no mínimo hilariantes. Universidades clássicas como Oxford, Cambridge, Coimbra, Salamanca e a maior parte das holandesas não aceitam esta espécie de salada russa. Já nas francesas, belgas (incluindo a Católica de Louvaina) e norte-americanas imperam o caos cromático e a mistura de peças formais e informalíssimas.
Cerimonialistas e académicos mais sisudos não deixarão de perguntar-se pela credibilidade e densidade patrimonial destas vestes inventadas como marcos identitários nos últimos 20 anos.
Fonte: http://www.stoma.u-szeged.hu/

Toga professoral avivada e barrete da Universidade de Atenas. Doutoramento honoris causa em ciências médicas do investigador e cientista Donald Greydanus, em março de 2010
Fonte: http://umdnjalumni.blogspot.pt/2010_04_01_archive.htm

Um artigo sobre "Cerimonial académico"

http://no-moleskine.blogspot.pt/2012/03/cerimonial-academico.html, texto da autoria do Prof. João Vasconcelos Costa

Vulto do cardeal Cisneros na frontaria de um dos edifícios da Universidad de Alcalà de Henares. Traja loba de dois corpos, cerrada, com beca lançada pelos ombros.
Fonte: fotografia tirada no local pelo Prof. João Vasconcelos Costa