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sábado, 21 de junho de 2014

Lavadeiras do Mondego, aguarela de Alfredo Roque Gameiro que foi motivo de capa da Ilustração Portuguesa n.º 184, de 30.08.1909
Os pintores de costumes e os editores de postais ilustrados tentaram produzir uma imagem feliz e despreocupada das lavadeiras dos rios e marés, ocultando uma labuta diária feita em condições muito duras. A água gelada no inverno. As dores na coluna e nos rins. Braços doridos. Unhas e pele arrancadas por força do esfregaço em lavadouros de pedra e madeira. O trabalho completo das lavadeiras incluía a recolha das trouxas, a esfrega, a secagem, o dar a ferro e a distribuição pelas casas freguesas. Conforme o grau de sujeira das peças, as lavadeiras podiam fazer a barrela e corar panos.
É certo que as levadeiras poderiam cantar e cozinhar à beira rio e até contar piadas picantes. Mas tratava-se de um trabalho que não tinha nada de romântico nem de erótico, dimensões que a indústria do turismo se encarregaria de inventar para construir o mito da tricana lavadeira e do estudante de Coimbra. Roque Gameiro pintou uma aguarela muito rara, de que apenas vi reprodução a preto e branco, que representa uma cena de lavadeiras e estudantes nas margens do Mondego antes de 1863. É a cena mais realista que eu conheço, estudantes que se passeiam com viola toeira e rabeca, mulheres que tratam da faina das roupas.

"Vizeu e Roma" caricatura de D. António Alves Martins, político oitocentista e bispo de Viseu, desenho de Rafael Bordallo Pinheiro, in A Lanterna Mágica, n.º 15, 9.07.1875, acervo da Hemeroteca Digital de Lisboa
O prelado veste hábito curto de tipo romano. Um exemplo do uso de determinadas opções em matéria de indumentária corporativa em função de orientações ideologizadas.

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Planta e alçado do jardim de infância mandado construir pela Câmara Municipal de Lisboa no passeio da Estrela em 1882. Um exemplar da arquitectura do ferro e do vidro aplicada a instituições pedagógicas.
Fonte: Froebel. Revista de instrução primária, n.º 1, 21.04.1882, em linha na Hemeroteca Digital de Lisboa