Virtual Memories

sábado, 29 de setembro de 2012

Homenagem a António Cândido [Ribeiro da Costa] (24.3.1850; 29.10.1922) na Academia das Ciências de Lisboa, com a presença de professores, estudantes e do PRP António José de Almeida. Na fotografia superior António Cândido parece envergar o capelo doutoral com que fora ornado na sua Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra em 21.7.1878 (dia da colação do grau de doutor). Docente daquela escola, foi ainda político e investigador. Exerceu o cargo de Procurador-Geral da Coroa e Fazenda entre 26.11.1898 e 5.10.1910, tendo sido sucedido pelo Procurador-Geral da República Manuel de Arriaga. Cândido trabalhou regularmente como lente entre 1881-1904. O seu nome é lembrado positivamente nos livros de memórias dos antigos estudantes da FD/UC, cujos autores para não fugir à regra dizem quase sempre mal de todos os professores.
Fonte: Ilustração Portuguesa n.º 842, de 15.4.1922

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Funerais do embaixador do Brasil, 1922
Aspetos do cortejo fúnebre e da cerimónia no cemitério. Como é da tradição protocolar nos meios académicos e diplomáticos, um alto dignitário profere uma oração em louvor do falecido no local da inumação. No caso do protocolo diplomático, a oração cabe por inerência ao núncio apostólico. Aqui fica um exemplo do proferimento deste tipo de oração de louvor, homenagem e despedida.
Fonte: Ilustração Portuguesa n.º 842, de 15.4.1922

Em cima: o Dr. António Forjaz presta provas para professor de Química no anfiteatro da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (edifício da antiga Escola Politécnica). Juri e candidatos à civil, tradição oriunda das escolas politécnicas oitocentistas que passou para as universidades de Lisboa, do Porto e Universidade Técnica de Lisboa e se manteve até 1974. Em Coimbra, o antigo costume estatutário de arguir provas académicas com hábito talar foi abolido em 1910, apenas tendo sido retomado nos alvores da década de 1920 (ca. 1921). Entre 1911-1920, a generalidade dos candidatos a lentes da Universidade de Coimbra apresentava-se ante os juris de casaca e cartola, sendo estes conhecidos na gíria por "noivos de Minerva", pois vestiam-se como os noivos burgueses que iam a casar. Excetuam-se deste figurino os lentes da Faculdade de Letras que a partir de 1916 começaram a usar o hábito talar reformado, indo com ele às provas, caso do futuro Cardeal Cerejeira. Este mesmo hábito também se generalizaria na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa como atesta uma fotografia do jovem Marcello Caetano na arguição de provas doutorais.
Seja como for, e para efeitos de história do cerimonial universitário, só após a Revolução de 1974 é que se generalizou em quase todas as universidades portuguesas a arguição de provas doutorais e pós-doutorais com hábito talar estatutariamente aprovado. O mesmo já não aconteceu quanto à arguição de provas académicas para obtenção dos graus de licenciado e de mestre, a eles se indo com vestes simples e frequentemente muito informais/casual.
Fonte: Ilustração Portuguesa n.º 842, de 15.4.1922

Curso jurídico de 1922

Em cima: fotografia do curso do 5.º ano jurídico da Universidade de Coimbra em pose nas escadarias da Via Latina, uma tradição dos cursos de Direito e de Medicina generalizada na década de 1890.
Estudantes acompanhados por dois elementos do corpo da guarda dos archeiros, aqui com a horrível farda de trabalho de tipo policial adotada após 1910. Estudantes do sexo masculino com o traje de sobrecasaca e capa reformado após 1910, assinalando-se a persistência de elementos de fantasia como as polainas de cor. Totalmente ausentes da foto as estudantes membros do curso, sem que se compreenda o motivo. Ao contrário de universidades como Oxford, as estudantes de Coimbra continuavam a não usar o traje académico. No caso das estudantes da Faculdade de Direito, esta peculiaridade não deixa de suscitar alguma perplexidade pois foram as alunas desta mesma escola que em 1913 começaram a usar a toga de advogado, convertendo aquele traje até então masculino numa veste profissional unissexo.
Fonte: Ilustração Portuguesa n.º 837, de 4.3.1922

quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O Orfeon de Coimbra em 1922

(1) Orfeon Académico de Coimbra, o regente Padre Dr. Elias Luís de Aguiar.
Apresenta volta branca e capa, não se conseguindo deslindar se seria o hábito talar romano (hipótese admissível após a revisão da lei da separação levada a cabo durante o mandato de Sidónio Pais), ou a capa e batina dos académicos. A ser a capa e batina dos académicos, estão corretíssimos os elementos volta branca e cabeção preto a cobrir toda a camisa sempre que o seu portador seja clérigo [hoje em dia, diversos "códigos de praxe" animados da maior das boas vontades mas também do mais lastimável desconhecimento escrevem que estes elementos não estão autorizados, decisão ao arrepio de toda a tradição académica].

(2) A direção do Orfeon Académico de Coimbra em 1922
Fonte: Ilustração Portuguesa n.º 851, de 10.6.1922

Equipamento liceal de ginástica (1922)

Equipamento feminino liceal de ginástica, alunas do Liceu Garrett, Lisboa, 1922
Meias altas e sapatilhas de tipo "sabrinas", saia-calção pelo joelho, blusa, gravata e laçarote de cabelo.
Fonte: Ilustração Portuguesa n.º 852, de 17.6.1922