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sexta-feira, 13 de maio de 2011



Desfile de estudantes junto à Estação do Rossio numa cerimónia de homenagem aos combatentes da Grande Guerra de 1914-1918.

Documento do acervo do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, com a legenda "Homenagem aos antigos combatentes da Primeira Guerra Mundial, estudantes universitárias desfilando junto à estação do Rossio [entre 1920 e 1929]", cota PT/AMLSB/AF/EFC/000834, disponível em http://arquivomunicipal.cm-lisboa.pt/.

Sinalizadas quatro estudantes com traje académico: sapatos pretos, meias pretas, saia preta embainhada pelo joelho, capa, camisa branca, lacinho/ou gravata e (se não erramos) duas situações de casaco preto curto de modelo não uniforme e outras duas de casaco comprido (replicação do modelo masculino?). O corte de cabelo à garçon e a saia de bainha subida sugerem a década de 1920. Quanto a serem estudantes da Universidade de Lisboa, seria a primeira fotografia a que acedemos que documenta a variante feminina da capa e batina que viria a ser regulamentada pelo Ministério da Instrução Pública em 1924.

As poucas fotografias de estudantes do século feminino da Universidade de Lisboa que conseguimos visualizar até ao momento para as décadas de 1920-1930 mostram sempre as alunas à civil. E nos casos em que estas aparecem com pasta e fitas, ostentam capa preta sobre o traje civil, à semelhança do que se fazia na Universidade de Coimbra. Descobrir de que agremiação seja a bandeira exibida talvez venha a fazer luz sobre a instituição a que pertenciam estas estudantes.

Grupo de Professores e de estudantes da Universidade (Clássica) de Lisboa

Fotografia do acervo do Arquivo Fotográfico Municipal de Lisboa, legendada "Professores e estudantes da Universidade de Coimbra [entre 1930-1939]", cota PT/AMLSB/AF/EFC/00834, disponível em http://arquivomunicipal.com-lisboa.pt.

Uma análise circunstanciada do documento fotográfico revela que estamos em presença de um curso de Direito da Universidade de Lisboa, estando os alunos do sexo masculino de capa e batina e as estudantes à futrica. Os docentes, entre os quais parece divisar-se Manuel Rodrigues (a partir de 1928 integrado no quadro da FD/UL), envergam o hábito talar e as insígnias da tradição conimbricense. Entre eles nota-se um lente envergando toga, grande colar com medalha e barrete redondo de cristas e pompom.

O cenário será o jardim do Campo de Santana.



Técnica de elaboração do cós clássico da chamarra que fixa o arranque superior do saio dorsal



Aspecto modernizado da sobreveste da loba, ainda hoje sobrevivente em membros do clero anglo-saxónico e na Universidade de Oxford. Conhecida por chamarra, soprana, chimera, chimere, a sobreveste podia apresentar amplo saio dorsal fixado a cós metido entre as omoplatas, mangas cavas à maneira de opa, meias mangas e até mangões de entretalhos. Difere da garnacha, sobreveste mais elaborada que podia comportar folhos de ombros, estolas dobradas na dianteira e cabeção descaído pelas costas.

terça-feira, 10 de maio de 2011



Retrato do bacharel Joaquim Dias Bandeira de Melo, formado em 1903 na Faculdade de Direito do Recife. Excelente pormenorização do feitio do barrete e da toga.

Fonte: acervo da Fundação Joaquim Nabuco



Retrato de bacharel não identificado, de ca. 1903-1906, pela Faculdade de Direito do Recife, com barrete e toga.

A Faculdade de Direito do Recife, integrada na Universidade Federal de Pernambuco, foi fundada em 1827 com a designação de Faculdade de Direito de Olinda. Os membros do corpo docente usaram uma toga talar preta com as insígnias doutorais da Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra.

Os estudantes não possuíam traje corporativo. Não obstante, nos actos de formatura usavam uma toga preta, munida da mangões, peito enfeitado com botões de cordões, cinto de fivelão metálico e barrete. Fotografias de época confirmam que este traje foi adoptado pelos estudantes da Faculdade de Direito da Bahia, fundada em 1891.

Fonte: Fundação Joaquim Nabuco, http://digitalizacao.fundaj.gov.br/



Retrato de graduando académico com barrete, toga de seda, capelo e sapatos de fivela. Fotografia realizada na década de 1850 por Perez Mann Batchelder